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CORONAVÍRUS E RACISMO | Salvar vidas negras: usar a força dos atos para lutar por testes e leitos!

Basta de morrer por balas da polícia, pela Covid-19 e pelo lucro capitalista! Não é novidade que os negros são os mais afetados com a pandemia, seja por ter que continuar trabalhando sem equipamentos de proteção, pela polícia assassina ou por não ter acesso a uma sistema de saúde de qualidade. Temos que usar a força dos atos para exigir testes massivos, leitos e respiradores para toda a população, que no Brasil tem maioria negra.

domingo 7 de junho de 2020 | Edição do dia

Há dias os gritos de "vidas negras importam" está ecoando em diversos países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e no Estado Espanhol. No Brasil, país de João Pedro, Miguel, Rodrigo e Marielle não poderia ser diferente.

Nesse domingo, 7, os bolsonaristas passaram vergonha em atos minúsculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Enquanto isso, negros e negras ocuparam as ruas contra a violência policial, por Justiça para George Floyd e João Pedro, contra Bolsonaro e sua corja de militares e mostrando sua revolta com esse sistema de opressão e exploração em todo o país.

Nós sabemos que os negros são os mais afetados pela pandemia. Morrem pelas balas da polícia, pelo descaso da patroa e estão mais expostos ao vírus por ocuparem os postos de trabalho mais precários como são os entregadores de aplicativo, que inclusive mostraram hoje sua revolta afirmando que "Os entregadores vão virar os Black Panthers do Brasil”.

Não é uma novidade que os negros também são os que mais morrem com essa crise, e isso não é por fator biológico. Em regiões dos Estados Unidos como Chicago, apesar da população negra ser de 30%, as mortes dos negros são 70%. Em Mississipi, os números escancaram o racismo do Estado: a população negra é 38% da população total, mas 71% dos mortos são negros.

Uma questão essencial para que isso aconteça é a precariedade do sistema de saúde. Faltam testes, leitos e respiradores. No Brasil já são mais de 36 mil mortes e os governos não estão preocupados em salvar vidas: Bolsonaro segue com seu negacionismo genocida com o apoio da corja de militares, enquanto o STF, o congresso e os governadores, apesar de aparecerem como setor "mais consequente", ainda não tomou essas medidas sanitárias que são essenciais para que haja menos mortes e agora implementam planos de reabertura econômica sem nenhuma medida de prevenção.

Por isso gritamos: Fora Bolsonaro e Mourão! Não temos nenhuma confiança no congresso, nos governadores ou no STF. A luta do povo negro unificado com o conjunto dos trabalhadores é a única saída efetiva para garantir que a vida seja colocada acima do lucro, e não o contrário. O PT, ao invés de culpar atos antifascistas por autoritarismo de Bolsonaro como fez Jaques Wagner, deveria usar suas potentes centrais sindicais para convocar os atos e fortalecer a luta!

Sem testes, é impossível que tenhamos um combate sério ao vírus, é como navegar sem GPS. Com a força dos atos, devemos exigir também testes massivos para quem apresenta sintomas e quem teve contato com essas pessoas, leitos e respiradores para toda a população!

As indústrias deveriam ser reconvertidas para produzir todos os equipamentos necessários, inclusive máscaras, EPIs e álcool em gel, que faltam até para trabalhadores nos hospitais, para que possamos combater o coronavírus colocando a vida da população pobre e do povo negro em primeiro lugar, acima do lucro dos capitalistas que querem manter os serviços apenas para ganhar em cima da exploração e das mortes.

Além disso, as moradias e quartos de hoteis que estão vazios deveriam ser oferecidos para aqueles que não tem onde ficar, para os moradores de rua, e também para quem ocupa moradias precárias. Não existe isolamento para quem não tem saneamento básico ou água em casa!

Nós do Esquerda Diário colocamos toda nossa força para levar em frente essas pautas e fortalecer as lutas que vimos hoje nacional e internacionalmente. Não aceitamos que enquanto os juízes do STF ganham 39 mil reais, o povo negro e pobre não tenha nem acesso a um leito no hospital. Vidas negras importam, e precisamos lutar por medidas sanitárias que impeçam que continuemos morrendo por falta de prevenção e estrutura no sistema de saúde.




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