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ABC PAULISTA | Saldo de empregos com carteira assinada no grande ABC é o pior desde 2003

terça-feira 25 de agosto de 2015 | 01:23

De acordo com dados do CAGED, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, no mês de julho 4.027 postos formais de trabalho na região do ABC foram fechados. Esse número de vagas fechadas somente no mês de julho deste ano, supera as 2.903 vagas fechadas no acumulado no primeiro semestre de 2014. Com esse resultado, julho foi o quarto mês consecutivo em que o número de demissões supera o de contratações. Nacionalmente foram fechadas 157,9 mil vagas com carteira assinada em julho, o pior resultado dos últimos 24 anos.

A indústria é o carro chefe nas estatísticas da crise capitalista, demitindo 2.331 pessoas em julho na região do ABC, o equivalente a 57,9% do total registrado no mês. No acumulado do ano, a cidade de São Bernardo do Campo ocupa o primeiro lugar no ranking de demissões, fechando 11.696 postos formais ou 53% do registrado em toda região do Grande ABC, entre janeiro e julho deste ano. Diadema fica em segundo lugar em dispensas de trabalhadores colocando 4.697 pessoas nas filas de desempregados. São 81 vagas que a indústria fecha por dia na região segundo o CIESP, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

Historicamente em momentos de crise aguda, como a que vivemos, fica mais clara a divisão de classe que existe entre patrões e assalariados, onde a primeira medida de corte de custos de uma empresa é mandar para a rua os “colaboradores”. Sabemos também como o governo reage a essas crises sentando para negociar com empresários, concedendo créditos e isenção de impostos, facilitando de mil maneiras a vida dos patrões, enquanto que para o trabalhador sobra a inflação, aumento das contas de água e luz (75% de aumento na conta de luz apenas em 2015), aumento da cesta básica, retirada de direitos da CLT e por aí segue uma grande lista de ataques.

Os sindicatos como ferramenta de organização e luta da classe

A indústria segue sendo o principal motor da economia na região do ABC, e como tal também tem nele o setor sindical que é tido como referencia de luta a favor dos trabalhadores. Mas nesses últimos anos de crise aguda em que vivemos qual exemplo de luta e organização temos visto no chão de fabrica da região?

Nos 3 últimos anos, os sindicatos fazem propostas de conciliação entre trabalhadores e patrões para responder a crise. As saídas os são programas de “demissão voluntaria” , LAY-OFFs (nos quais o trabalhador tem o contrato de trabalho suspenso e o governo paga seu salário durante esse período) e agora a mais nova ferramenta de conciliação: o PPE(Programa de Proteção ao Emprego, ou como dizem por ai: Programa de Proteção ao “Empresário”).

O que todas essa ferramentas tem em comum? Nenhuma delas questiona em nenhum momento os lucros obtidos ao longo de todos esses anos de bonança em que as principais multinacionais do mundo desfrutaram com ganhos exorbitantes que nem sequer ficam no Brasil, pois são enviados para os países de origem dessas multinacionais. Nenhum desses “programas” questiona a veracidade da crise porque passam as empresas, pois as informações financeiras são um segredo guardado a sete chaves pelos empresários e sabemos muito bem o porque desse segredo, para poderem justificar as demissões e a precarização do trabalho quando seus lucros são menores.

Os sindicatos devem exigir de cada empresa que prove o nível de crise em que está, abrindo seus livros de contabilidade para os trabalhadores! Toda empresa que ameace demitir deve mostrar suas contas e provar que está em prejuízo.
Além disso, para que a saída seja de fato para os trabalhadores, os sindicatos precisam romper com os governos e devem exigir a redução da jornada de trabalho sem redução do salário, para que o trabalho seja divido entre todos e que a crise seja paga por quem a criou: os capitalistas!




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