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QUEM MANDOU MATAR MARIELLE | STJ nega pedido para federalizar investigação do caso Marielle

De forma unânime STJ vota contra a federalização do caso Marielle. MP do Rio segue a frente das investigações. Família de Marielle havia se posicionado pela não federalização. O receio era de que, com a federalização, pudesse ocorrer intervenções de Bolsonaro e sua família por meio da PF.

sexta-feira 29 de maio de 2020 | Edição do dia

Essa semana completamos mais de 800 dias sem resposta ao caso do assassinato político pela mão de milicianos da vereadora negra e LGBT Marielle Franco (PSOL-RJ) que lutava contra as operações policiais no Rio de Janeiro e denunciava os casos de brutalidade das milícias e das operações policiais nas favelas.

Nessa quarta feira, foi julgado o pedido da PGR pela federalização da investigação do caso. A família de Marielle desde o começo se posicionou pela não federalização do caso, preferindo que o caso se mantivesse nas mãos do ministério público do RJ. Isso se justifica por causa das tentativas de Bolsonaro de intervir na PF do Rio podem interferir no andamento da investigação do caso, se ele for direcionado para as mãos da PF.

Após ser acatado pelo STJ, o pedido de não federalização do caso, foi julgado e de forma unânime os juízes decidiram contra a federalização. Ainda que mesmo os ministros tivessem que reconhecer as fragilidades da investigação do MP do Rio. O próprio MP já admitiu uma vez que em uma das etapas da investigação acabou seguindo pistas falsas que comprometeram o andamento da investigação. Das etapas do andamento do processo, as que se concretizaram aconteceram há bastante tempo, tal como a prisão de Ronnie Lessa,o miliciano que morava no mesmo condomínio de Bolsonaro do qual foi acusado de ser um dos executores do crime. A mais um ano a investigação não aponta mandantes e outros envolvidos no assassinato de Marielle e Anderson, seu motorista.

A ligação de Bolsonaro com as milícias do RJ é bastante clara, principalmente a dos seus filhos como Carlos Bolsonaro, este que é amigo próximo de milicianos conhecidos no RJ dos quais possui fotos em confraternizações e outras reuniões. Carlos está sendo investigado por lavagem de dinheiro e peculato pela PF, além das ligações com as milícias e os casos de disparos de mensagens com notícias falsas em massa, essa última acusação foi acatada como verdadeiras pelo próprio Bolsonaro.
A gana pelas intervenções na Polícia Federal vindas de Bolsonaro, tem como intuito postergar ou anular ao máximo o aprofundamento das investigações em torno da família, desde os escândalos de corrupção até mesmo o envolvimento profundo com as milícias, vindo esse fato a poder interligar ainda mais o envolvimento da família Bolsonaro com o caso de assassinato da vereadora. O próprio presidente admite que as intervenções seriam em prol de favorecer amigos e manter a segurança de seus familiares, no caso a segurança de seus nomes e suas ligações com as milícias e diversos casos de corrupção.

A justiça carioca também não pode dar uma resposta até o final sobre o caso. Estamos falando da justiça que mais encarcera negros sem julgamento e dá aval para polícia matar a população periférica no Brasil. Esta não está aquém e muito menos abaixo da justiça como um todo e também não é o mecanismo mais confiável para a resolução do caso. O estado é responsável pela morte de Marielle, e isso significa que uma investigação a fundo, tanto pelas mãos da PF quanto do MP, iriam revelar agentes do estado como culpados. Isso em meio as disputas que se abrem cada vez mais entre judiciário e militares para ver qual deles terá mais controle sobre os ataques aos nossos direitos e nossas vidas, não seria algo favorável pra nenhuma das instituições. Nem a PF e muito menos o MP tem capacidade de levar a investigação até o final revelando seus verdadeiros culpados. Por isso após dois anos o MP não deu a devida resposta ao caso, e a previsão é que não dê, e continue postergando e inventando desculpas para não dar andamento ao caso.

O Estado não irá punir os mandantes do assassinato de Marielle. Somente uma investigação livre com a participação de organizações, organizações de direitos humanos, peritos comprometidos, organizações de esquerda e parlamentares do PSOL pode dar uma resposta mais a fundo sobre o caso. É necessário que lutemos por recursos financeiros acesso ao material até agora conseguido e todas as condições materiais das quais possibilitam uma investigação plena e sem os interesses estatais em conte-la. Somente dessa forma chegaremos aos mandantes e todos os envolvido nesse crime político que também expressa a face mais assassina e racista do estado capitalista




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