Números publicados pelo governo de São Paulo na última sexta, 19, mostram que, apesar da queda dos acidentes de trânsito no estado, houve um aumento de 38% nas mortes de motociclistas no mês de maio, em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados que revelam que a maior ocorrência desses acidentes fatais se deu aos finais de semana e no período noturno, justamente quando há mais demanda pelas entregas por Apps e quando o cansaço do dia e semana pesam mais sobre os trabalhadores que usam esse meio de transporte.
quarta-feira 24 de junho de 2020 | Edição do dia
Uma publicação do governo de São Paulo na última sexta, 19, através de seu sistema de dados Infosiga, mostrou um aumento de 38% nas mortes de motociclistas no estado. Os dados mostram que mesmo com uma redução dos acidentes de trânsito no estado, nesse setor onde atuam os motoboys o reflexo da quarentena foi o oposto.
De acordo com o estudo, 40 motociclistas morreram na capital paulista no mês de maio deste ano, contra 29 no mesmo período de 2019. No estado inteiro o aumento de óbitos envolvendo motociclistas em meio a pandemia foi de 7,2%, com 179 frente a 167 no ano passado.
Os dados mostram também que entre as vítimas os homens seguem como os principais atingidos nos acidentes, sendo 86% do total. 51,7% das ocorrências estão concentradas nos finais de semana e 54,8% no período noturno. Aproximadamente metade das vítimas faleceram nos hospitais.
Com a pandemia as condições de trabalho já precárias dos motoboys e ciclistas que trabalham com entregas se tornaram ainda mais esgotantes. O aumento do desemprego levou também um novo setor a buscar esse trabalho como fonte de renda. As baixas tarifas recebidas e a ausência de quaisquer direitos trabalhistas faz expẽm essa categoria de entregadores ainda mais a riscos de acidentes e à morte.
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Tal realidade desmente o discurso embelezado de que são empreendedores e podem fazer seus horários, com liberdade e segurança. Os abusos de empresas bilionárias como Ifood, Rappi, Ubereats, Loggi etc. estão tirando literalmente a vida de dezenas e expondo milhares a riscos graves.
Contra esses e outros abusos e para reivindicar melhores condições de trabalho, os entregadores de diversos estados brasileiros organizaram um chamado a um dia de greve nacional e internacional, no dia 1º de julho.
Desde o Esquerda Diário estamos apoiando esse dia de luta dos entregadores e fazemos um chamado a todos os demais trabalhadores e jovens a se solidarizar ativamente e construir essa mobilização, pois somos uma só classe e podemos ser um só punho contra as misérias e ultra exploração que os patrões nos reservam em meio à crise capitalista que se aprofunda com a pandemia.
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