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UNESP ARARAQUARA | Roda de discussão na FCLAR discute os ataques à educação pública, os direitos sociais e chama à mobilização

Na noite do dia 19/10, o Centro Acadêmico Maurício Tragtenbger (CAMT), entidade representativa dos estudantes de pedagogia da FCL, promoveu uma discussão aberta a todos os estudantes da faculdade e à população interessada sobre os ataques dos projetos que a cúpula empresarial do governo Temer vem despejando sobre os trabalhadores e estudantes do Brasil, a MP 746 e a PEC 241, e ainda os projetos de autoria do Movimento Escola Sem Partido, propostas criadas para retirar destes setores todos os direitos e garantias possíveis oferecidos pelo Estado e enxergados como empecilhos as atividades financeiras dos magnatas apoiadores desse governo. Veja a a nota do CAMT.

sexta-feira 21 de outubro de 2016 | Edição do dia

A discussão se iniciou com uma breve apresentação de estudantes secundaristas da EE Lysanias, a primeira escola de Araraquara a ter se mobilizado contra a destrutiva Reorganização Escolar do governo estadual no ano passado, ocupando a escola por cerca de 25 dias em conjunto a demais ocupações que estavam espalhadas por todo o estado.

Mesmo depois da queda da Reorganização ao final de 2015, os estudantes da Lysanias relataram que a direção da escola, seguindo orientações que vinham da Diretoria de Ensino de Araraquara, promoveu uma busca dentro das salas pelos possíveis “líderes” da ocupação que estariam “ agitando” os estudantes. Tornaram-se constantes dentro da escola a pressão de alguns professores e membros da diretoria para que os alunos delatem colegas que ainda estejam se organizando politicamente ou mesmo que esbocem críticas a algumas decisões da direção e a medidas do governo. Alguns alunos chegaram a sofre processos administrativos da instituição, mas todas essas ameaças não impediram os secundaristas do Lysanias de ser continuarem se organizando em defesa da educação, sendo um dos grupos mais ativos na construção das mobilizações que continuaram a ocorrer esse ano em Araraquara.

Ao final da fala dos secundaristas, a professora do ensino médio e doutoranda na FCL, Fernanda Feijó, apresentou uma exposição acerca do Movimento Escola sem Partido e da natureza de suas propostas. Em sua fala, foram apresentadas informações acerca do andamento de projetos de lei em todo o Brasil que são inspirados nas propostas do movimento. O Escola sem Partido apresenta uma proposta que proíbe dentro da sala de aula as discussões políticas e as acerca dos problemas sociais brasileiros. O Movimento, sem nenhuma vergonha, afirma lutar para retirar a liberdade de cátedra do professor, não fazendo nenhuma distinção entre as opiniões políticas do educador e o componente curricular de suas matérias (especialmente as da área de Humanas). Ainda idiotiza o aluno, ao trata-lo como um ser frágil desprovido de pensamento próprio, a mercê de virar uma marionete nas mãos de seus professores, uma definição que afronta até mesmo os mais clássicos estudos da psicologia.

Logo em seguida, foi passada a palavra a professora do curso de Letras da FCL, Sílvia Beatriz, que apresentou um estudo bastante detalhista, analisando as nuances presentes nas medidas do governo federal que atacam a educação pública, a MP 746 (Reforma do Ensino Médio) e a PEC 241 (congelamento de gastos, ou, PEC do Fim do Mundo) e mostrando que a politica de Temer segue politicas proposta pelo governo Dilma. Nele, são desmontadas algumas das defesas do MEC sobre a necessidade do fim da obrigatoriedade de matérias, que diz que dará maior autonomia para que o aluno escolha a matéria que irá se especializar, mas não divulga os dizeres da MP que afirma que a oferta das disciplinas optativas ficará a cargo da direção de cada unidade escolar, arriscando-se assim uma diminuição no ensino dessas disciplinas em todo o país. A MP ainda não apresenta nenhuma garantia para que os estudantes que também trabalham possam ficar no Ensino Integral, e abre brecha para a participação de empresas privadas ( OS’s) na administração dessas escolas.

Depois tivemos a fala do Douglas, professor da rede pública estadual, que trouxe toda a discussão dos movimentos nacionais articulados com a direita para organização de um bloco conservado. Da conjuntura politica para uma analise histórica da politica brasileira colocou-se o comportamento que pós-constituição de 88 presidentes veem utilizando as Medidas Provisorias como forma de arbitragem favorável ao executivo frente aos outros poderes; adquirindo formas semelhantes ao poder moderador. O autoritarismo da politica brasileira vir do DNA dos nossos políticos como forma de enfrentamento colocou que a luta se em diversos níveis, e, assim, o papel do universidade como um campo de batalha.

O debate foi pautado na despolitização geral que o campus passa depois da ultima greve. A síntese que necessidade de constituição de um movimento pela base passa por um movimento que pensa e envolva pequenas ações e manifestações como formas de mobilização, de botar até uma fala na sala se apresentam pequenas lutas que cada um em sua sala pode dar batalha. Veja os exemplos de luta aqui. A constituição de campanhas de propagando com cartazes, rodas de debates, manifestações de sala e intervenções estéticas. Veja aqui e aqui exemplos de poemas de luta. Com campanhas democráticas aonde através dos representes discentes e os centros acadêmicos coloquem nos departamentos, conselhos de curso e congregação manifestações contra a PEC 241 e MP746 como forma de politização.




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