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PETROBRAS | Revoltante! Petrobrás pune e demite grevistas em meio a denúncias do descaso com pandemia

É revoltante! Em meio a uma pandemia, em meio a denúncias de seu descaso com os petroleiros, diante de denúncias da arbitrariedade e ineficácia de suas ações diante do Coronavírus, a Petrobras começou a perseguir grevistas com demissões e medidas disciplinares. Alguns sindicatos já convocaram assembleias para debater ações como uma greve em resposta.

Leandro LanfrediRio de Janeiro | @leandrolanfrdi

sábado 21 de março de 2020 | Edição do dia

Sindicatos relatam que em meio a diversas denúncias de descaso da empresa diante da pandemia de Coronavírus a empresa começou a perseguir grevistas. Sindicatos relatam ao menos duas demissões de grevistas no Norte Fluminense, e mais cinco medidas disciplinares como advertências e suspensões nas refinarias de Paulínia, Mauá, ambas no estado de São Paulo, e na Termelétrica de Três Lagoas no Mato Grosso do Sul. Essas medidas acontecem ao mesmo tempo que a empresa é denunciada por petroleiros e por sindicatos em todo o país por seu descaso diante do Coronavírus.

Há casos comprovados em mais de uma unidade, no entanto, tal como o Estado brasileiro, a maior empresa brasileira, uma empresa que fatura centenas de bilhões de reais por ano, não disponibiliza testes massivos a todos petroleiros, próprios e terceirizados, e seus familiares, expostos ou que requerem. Sem o conhecimento científico de quem está contaminado, mesmo que assintomático, segue a propagação e vidas são colocadas em risco. Nessa situação é completamente absurda a decisão da Petrobras de adotar uma mudança na escala dos petroleiros embarcados exigindo não somente mais dias em alto-mar, 21 dias no lugar de 14, como impôs uma quarentena de 7 dias antes do embarque, sem nenhum teste além de medição de temperatura.

Saiba mais sobre a falta de testes na Petrobras lendo “A Petrobras fatura centenas de bilhões mas não garante sequer testes para o Coronavírus

Essa quarentena patronal é ineficaz e deshumana, colocará petroleiros em hotéis, longe de suas famílias em meio a essa situaçãode pandemia , impondo uma separação de 28 dias às famílias.

A perseguição aos grevistas, a mudança nas escalas e descaso com os trabalhadores operacionais que seguem expostos, a falta de testes a todos trabalhadores, revoltam petroleiros em todo país, e alguns locais, como as plataformas do Norte Fluminense tem assembleias marcadas com um chamado a greve se empresa não retirar as punições.

É urgente que os petroleiros questionem o descaso da empresa diante da crise do país, um descaso que envolve também o absurdo de manter a produção em níveis normais, mantendo mais trabalhadores expostos do que o necessário, e por outro lado deixar de utilizar instalações como a FAFEN, fechada há poucas semanas resultando em 1mil demissões, que poderiam facilmente ser convertidas para produzir em escalas colossais produtos de higiene hospitalar e doméstica como desenvolvemos nesta matéria e readmitir os trabalhadores demitidos.

A punição aos grevistas precisa ser energicamente combatida com discussões e com a forma de mobilização que for possível em cada local de trabalho, buscando superar a divisão da categoria imposta pela divisão em diversos sindicatos e duas federações sindicais. A unidade dos petroleiros, em cada local, e nacionalmente a partir de um comando nacional de representantes é o que pode permitir uma resposta à altura ao descaso diante da COVID-19, à perseguição, às arbitrárias e abusivas mudanças nas escalas de turno e embarque e questionar os rumos privatistas que dão a empresa que poderia colocar suas riquezas à serviço da população brasileira.

Nas mãos dos diretores e gerentes indicados políticos de Bolsonaro e dos empresários toda a capacidade material, intelectual da Petrobras e dos petroleiros não está a serviço de colocar sua capacidade de produção para garantir insumos hospitalares e principalmente combustíveis baratos para toda a população, nem sequer ela coloca sua capacidade para garantir a saúde de petroleiros próprios e terceirizados, pelo contrário pune trabalhadores grevistas.

Como desenvolvemos em artigo publicado dias atrás, os petroleiros precisam debater – da maneira que acharem mais sanitariamente conveniente em cada unidade – sua coordenação nacional para questionar local a local e em todo país o que é produzido, o que poderia ter sua carga diminuída e o que poderia ser aumentado, transformado para garantir a saúde de todos trabalhadores e colocar a empresa símbolo do país para servir à população.

Com vidas em risco, com uma economia em franca recessão o programa de uma Petrobras 100% estatal, administrada democraticamente por seus trabalhadores com controle popular ganha renovada importância, ele é expressão do que poderia ser feito para garantir a segurança de cada petroleiro próprio e terceirizados, mas também para que os vastos recurso e conhecimentos sirvam não para acionistas em Wall Street mas para as necessidades do povo brasileiro.




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