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CRISE POLÍTICA | Reunião dos generais com Temer, quando o apoio é mais estranho que o silêncio

sexta-feira 19 de maio de 2017 | Edição do dia

Há anos sumidos da política nacional os generais costumavam opinar somente pela via dos oficiais da reserva, garantida impunidade com a anistia mas sem trânsito na política, na ativa ficavam de fora. Já há alguns meses isso tem mudado, o General Villas Boas tem frequentemente dado entrevistas sobre a política nacional. Ao condecorar os símbolos de uma nova direita “não política” como Moro e Huck, falava em “em crise moral” do país. Agora jura por todas suas estrelas e por toda a história do exército que apoiam Temer e que defendem a Constituição. Apressados em mostrar obediência correram todos generais a Alvorada para tirar fotos com Temer. A sobre-atuação revela a inquietação que está percorrendo o estado-maior.

Nos últimos dias tem crescido o número de repórteres que notam reuniões de militares com políticos, ministros do STF. Depois de se pronunciarem pela via do ministro Jungmann que estavam “inquietos” agora juram apoio a Temer e a Constituição. Estranha situação ter que vir a público jurar apoio a Constituição e correr para mostrar que apoiam o seu chefe constitucional. Sinais de inquietações nas cúpulas das armas.

Para mostrar que estão apoiando Temer e a Constituição os generais se prontificaram a serem os primeiros numa fila de beija-mão a Temer para tentar dar aparência de normalidade e força ao governo combalido. O presidente Michel Temer receberá os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, ao lado do ministro da Defesa, Raul Jungmann.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, de longa linhagem de torturadores e golpistas, que estava a caminho do Timor Leste e retornou correndo ao Brasil diante do agravamento da crise também vai ao beija-mão.

Juramento de cumprir a Constituição é sinal da instabilidade crescente

Ontem o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas se pronunciou pelas redes sociais, defendendo o cumprimento de todas as regras constitucionais. O comandante do Exército disse que "a Constituição Federal Brasileira há de ser sempre solução a todos os desafios institucionais do país. Não há atalhos fora dela!". Não fica claro se o posicionamento se dirigia a aqueles que defendem um golpe militar ou se se era um posicionamento contra as Diretas, ou ambas.

Não há nenhum sinal de alguma mudança política mais brusca no comando das Forças Armadas, no entanto, sua saída do silêncio e as idas e vindas das declarações começam a mostrar que até mesmo as Forças Armadas estão sendo arrastadas para a crise de todo o regime político, criando instabilidades e comportamentos erráticos. Um dia beija-mão, no outro crítica pública. As Forças Armadas começarem a entrar na política significará novas instabilidade no país, bem como dentro dessa força central do Estado capitalista.




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