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ACIDENTE NA FRANÇA | Análise da caixa preta não descarta possibilidade de atentado

quinta-feira 26 de março de 2015 | 01:40

Foto EFE

O Escritório de Investigações e Análises da França (BEA) informou nesta quarta-feira não descartar a possibilidade de que a queda do Airbus A320 da companhia aérea Germanwings nos Alpes franceses tenha sido causada por um atentado terrorista, e disse que, por enquanto, "não se pode fechar nenhuma hipótese".

O diretor do BEA, Rémi Jouty, declarou em entrevista coletiva que o órgão "não tem a menor explicação da razão que levou o avião a descer, nem por que não respondeu às tentativas de contato dos controladores aéreos".

"A curva da trajetória é compatível com a de um avião controlado por pilotos, com a exceção que não imaginamos que haja pilotos que possam conscientemente levar um avião em direção à montanha", explicou Jouty.

O diretor do órgão explicou que essa curva "também é compatível com a de um avião controlado por piloto automático", mas que "não é possível dar mais explicações, nem dizer mais nada, porque há poucos minutos foi encontrado o arquivo de áudio".

"Não há nenhuma informação que faça pensar que havia condições meteorológicas particularmente difíceis", acrescentou Jouty, que também não pôde concretizar se os pilotos estavam conscientes ou se as vozes ouvidas na gravação pertencem à tripulação.

O BEA vai investigar o histórico dos pilotos e como se formaram, mas considera que "não há razão" para divulgar seus nomes, como de costume nestes casos.

Os investigadores do acidente com o avião da companhia Germanwings, que caiu ontem nos Alpes franceses, conseguiram extrair "um arquivo de áudio" de uma das caixas-pretas, mas podem levar "várias semanas ou meses" para tirar conclusões sobre a causa do acidente.

"É pouco provável que haja uma grande degradação da qualidade" do áudio, mas "temos que apurar a compreensão" do que aconteceu na cabine, e isso pode demorar "várias semanas ou vários meses", declarou nesta quarta-feira em entrevista coletiva o diretor do Escritório de Investigações e Análises da França (BEA), Rémi Jouty.

Segundo ele, ainda é necessário chegar à compreensão do "som, dos ruídos, dos alertas e a atribuição das vozes das pessoas", e evitou qualquer especulação sobre o que se escuta na gravação ou se há alguma pista sobre a causa do acidente.

Pouco antes, o presidente francês, François Hollande, anunciou perto do lugar onde morreram os 150 ocupantes do avião que tinha sido recuperada a carcaça da segunda caixa-preta, a que registra parâmetros como a velocidade de voo e altitude, mas não seu conteúdo.

Se a queda do avião for considerada e comprovada pelas autoridades francesas como um atentado terrorista, através das novas provas colhidas, o fato pode ampliar a campanha de ódio que o Governo de Hollande, e a União Europeia de conjunto vêm desferindo contra o povo árabe e o islamismo em particular, após os atentados contra o semanário Charlie Hebdo.




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