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CINEMA | Resenha do curta "Reflexos dela"

terça-feira 28 de julho de 2015 | 00:01

"Reflexos Dela" é um curta-metragem feito por André Pacano enquanto este ainda graduava na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita" (Unesp). O curta apresenta um aspecto bem interessante sobre um processo pelo qual passa um LGBT. Esta resenha pode conter algum spoiler.

André analisa de uma perspectiva intrigante o que pode ser um processo de transição. Ainda que de um ponto de vista de classe média, o curta expressa as angústias pelas quais o "T" de LGBT passa: sentir-se aquém de sua realidade e sofrer opressão de um modo subjetivo. Lá, a personagem protagonista, passa por uma reflexão profunda ao deparar-se com os brinquedos de sua irmã, as roupas de sua mãe, e, principalmente, como é tratada na balada. Só, depois de seus pais e sua irmã saírem viajar, Lá mergulha no seu "eu" e descobre as imposições causadas por uma sociedade que se baseia em preconceitos.

Logo depois da noite na balada, Lá acorda ao ouvir seus pais chegando de viagem. Esse trecho é essencial para entendermos o que é ser um LGBT dentro de nossas próprias casas e sentir a repercussão disso na pele. A grande descoberta do curta esta aí. As roupas femininas jogadas na cama junto com a boneca de pano, Lá vê em seu reflexo a imposição social de uma sociedade incrustrada de cisnormatividade.
"Reflexos deLa" retrata de modo subjetivo e passional o reconhecimento e a conscientização de um indivíduo do mundo do qual faz parte. A partir daí, devemos pensar qual seria a melhor posição desse indivíduo para poder se afirmar dentro de uma sociedade capitalista hostil.

Veja o curta aqui: https://vimeo.com/77142849

Ao lado da classe trabalhadora

Como é vivido todos os dias, milhares de LGBTs, mulheres e negros são superexplorados em seus postos de trabalho, escondem-se atrás de telefones no telemarketing, de uniformes na terceirização. Mas, para além do fato de setores oprimidos viverem as misérias da classe trabalhadora, eles sofrem diretamente as mazelas que só o Estado burguês pode acirrar. A opressão é um meio de aumentar a precarização da vida das pessoas, a falta de segurança de uma travesti ao andar na rua sozinha e ter expectativa de vida de 36 anos é um exemplo disso.

Assim, como a classe trabalhadora, os setores oprimidos têm o mesmo inimigo: a classe burguesa. Na luta contra a LGBTfobia também tem de estar a luta contra o sistema capitalista, que obriga lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans a não terem sua segurança garantida e, mais ainda, as obriga a atuar em postos de trabalho extremamente precarizados.

Devemos botar a cara no sol e batalhar pelos nossos direitos e pela nossa existência ao lado dos trabalhadores!




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