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Relatório da OCDE prevê queda de 4,3% do PIB brasileiro em 2016

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou hoje relatório em que revê suas previsões em relação aos próximos dois anos. A nova previsão é de que o PIB brasileiro tenha queda de 4,3% em 2016, e 1,7% em 2017. Em fevereiro, a previsão também era de queda de aproximadamente 4% em 2016, mas de estabilização, isto é, queda de 0% do PIB em 2017. Em novembro de 2015, a OCDE ainda falava numa recuperação de 1,8% em 2017, depois de uma queda de não mais que 1,2% em 2016.

quinta-feira 2 de junho de 2016 | Edição do dia

Até a publicação do novo relatório, o Banco Central parecia mais otimista. O boletim Focus, publicado semanalmente pelo BC, estimava uma contração do PIB inferior a 3,9% em 2016 e uma recuperação de 0,55% no ano que vem. Por outro lado, os economistas do Bradesco imaginam que o ritmo da recessão será mais acelerado em 2016 e menos em 2017. Os números, citados pelo El País são de 5,8% de queda, esse ano, e 0,7% em 2017.

Em comparação com o último semestre de 2015, a queda no primeiro de 2016 foi de 0,3%. Trata-se do melhor resultado da economia brasileira desde o final do ano de 2014, quando o PIB cresceu 0,2%. Mesmo assim, o clima da imprensa burguesa nesse primeiro dia do mês de junho não é nem um pouco de comemoração; muito pelo contrário. Segundo a OCDE, essa “severa” e “profunda” recessão da economia brasileira pode continuar até 2018 por causa das “incertezas políticas” e das “revelações correntes de corrupção” que “minam” a confiança dos investidores.
Ainda segundo a OCDE, o valor do real diminuiu aproximadamente 20% nos últimos doze meses. Nesse mesmo período, pelo menos 2 milhões de brasileiros perderam seus empregos formais, e a previsão é de que o desemprego, que já é de 11,4 milhões (40% mais que no ano passado), não diminuirá antes de 2017. Já a o PIB per capita caiu quase 10% desde o segundo semestre de 2014, quando começa a recessão.

Por causa dessa “profundidade, o fôlego e a duração excepcionais”, economistas do Goldman Sachs já se referem a essa crise como uma “depressão” pior que a “década perdida”, ao final da ditadura militar, quando o PIB per capita diminuiu 7,6%. Segundo este banco multinacional nova-iorquino, basta que uma recessão dure mais que oito semestres e que acumule queda de 10% ou mais do PIB para que se transforme em depressão.

Finalmente, o relatório afirma que: “Enquanto a economia encolhe, o desemprego deve aumentar ainda mais. A inflação vai voltar gradualmente à meta conforme os efeitos das altas dos preços administrados e da depreciação da moeda se dissipam, e a fraqueza da economia se expande”, ou seja, conforme a carestia de vida faz com que os trabalhadores paguem pela crise da burguesia.

Diz ainda que: “Melhoras na confiança vão depender da habilidade das autoridades de implementar um ajuste fiscal significante, incluindo passos para garantir a sustentabilidade [ou seja, a reforma] da previdência” e que a “chave” será a “produtividade”, um eufemismo que todo trabalhador consciente sabe que significa demissão e arrocho. Conselhos estes que o governo golpista de Michel Temer vem seguindo à risca.

A burocracia sindical lulopetista da CUT e da CTB foi cumplices dos ataques de Dilma aos trabalhadores e, agora, também é cumplice dos ataques do golpista Temer. Exigimos que essas centrais sindicais rompam com esse imobilismo criminoso e construam já, em assembleias de base em cada local de trabalho, um plano de lutas emergencial contra todos os ataques; pelo reajuste salarial automático, mês à mês, proporcional à inflação (escala móvel de salário); pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário (escala móvel de horas de trabalho); pela abertura dos livros de contabilidade e pela estatização sob controle operário de toda empresa que demita em massa.

Abaixo o governo Temer golpista e ajustador! Por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta!




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