Funcionários terceirizados que possuem direito de estabilidade por 90 dias, mesmo com a troca da empresa fornecedora de serviço, estão ameaçados de serem jogados na rua da noite para o dia por uma nova exigência de escolaridade mínima, que muitos não possuem.
sexta-feira 17 de dezembro de 2021 | Edição do dia
Foto: Paulo Castro / UnB Agência
A reitoria da UnB colocou centenas de funcionários na mira do desemprego e da miséria na decisão da troca da empresa de serviço de limpeza no próximo contrato, que será dia 15 de janeiro. Isto porque a universidade decidiu, agora, exigir ensino fundamental dos funcionários prestadores de serviço, escolaridade que muitos não possuem. A nova exigência pode ser uma medida que irá ceifar até mesmo os direitos dos trabalhadores garantidos por lei, como a estabilidade de 90 dias sob contrato da nova empresa. Com essa brecha, a reitoria da universidade pode estar determinando que os trabalhadores sejam jogados na rua, sem direitos, do dia para a noite, em plena crise sanitária e econômica.
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Os funcionários terceirizados, em sua maioria, possuem famílias e filhos para sustentar. Hoje, com o pavor da perda de sua renda e até mesmo de seus direitos indenizatórios, tanto trabalhadores terceirizados quanto professores da universidade estão exigindo garantia de cumprimento dos direitos dos trabalhadores. Alguns funcionários possuem décadas de tempo de serviço e estão até mesmo perto da aposentadoria. Mesmo assim, a reitora Márcia Abrahão, que já demitiu mais de 500 terceirizados na UnB em 2018 e, lamentavelmente, teve apoio na Consulta para Reitor do PT, PCdoB e mesmo do Juntos/PSOL, segue fazendo terror e ameaçando os trabalhadores com uma manobra burocrática que só servirá para jogar mais pessoas na miséria. Apesar de se apoiar em um discurso progressista contra Bolsonaro, ela na prática descarrega os ataques e cortes contra os trabalhadores realizados pelo governo Bolsonaro e Mourão.
Nós do Esquerda Diário nos solidarizamos e colocamos todo o nosso apoio para os trabalhadores terceirizados da UnB, que já são explorados em trabalhos precários com salários abaixo de trabalhadores efetivos. Defendemos não só os direitos indenizatórios dos trabalhadores, mas o direito à permanência bem como efetivação de todos os trabalhadores, sem necessidade de concurso, pois como observado, já mostram há muitos anos a competência para o trabalho e não precisam provar mais nada.
