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Faltando apenas três dias para o recesso de natal a reitoria da USP tentou instalar uma cerca que limita o acesso ao sindicato dos trabalhadores da USP

quarta-feira 21 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Os trabalhadores da USP foram surpreendidos, a três dias do recesso de Natal, por uma obra em frente ao seu sindicato, o SINTUSP, que instalaria uma cerca para limitar o acesso à sede. A empresa contratada informou que a grade fecharia todo o espaço onde se encontra a sede do Sintusp, bem como os espaços estudantis da ECA (Escola de Comunicação e Artes) - o Centro Acadêmico, a Atlética, e todo o espaço da “prainha” (local de vivência estudantil) que passaria a ter “acesso restrito a pessoas credenciadas”. A reitoria se recusou explicitamente a receber qualquer representação do Sintusp, dando ordem pra que os representantes não pudessem sequer entrar no saguão do prédio da reitoria.

Marco Antonio Zago, reitor da USP, já deixou claro o objetivo de expulsar o Sintusp da sede que a organização dos trabalhadores ocupa há 50 anos. A tentativa de justificativa que deu, de que a ECA estaria interessada no espaço, foi desmentida pela própria congregação da ECA (órgão máximo da unidade de ensino).

Foi tentado abrir algum canal de diálogo, mas a reitoria se mantém totalmente intransigente: nem sequer uma comissão de parlamentares, que contava com o ex-senador Eduardo Suplicy e o deputado estadual Carlos Gianazzi e entidades nacionais que buscou intermediar uma negociação foi recebida, no dia 15/12 apesar das dezenas de entidades e centenas de trabalhadores em ato, e um manifesto encabeçado por juristas e intelectuais - que com somente três dias já tinha milhares de assinaturas.

Com a instalação dessa cerca, ao voltar do recesso da universidade (do natal ao ano novo), os trabalhadores não teriam mais acesso ao espaço do sindicato. Assim, a reitoria acabaria, na prática, com a liberdade de organização sindical dos trabalhadores e com essa ferramenta de defesa dos direitos, de defesa da universidade, da educação e saúde públicas.

Denunciamos aqui que a reitoria pediu à justiça “reintegração de posse” da sede do SINTUSP, que foi concedida por liminar. Apresentada a defesa judicial, até o Ministério Público do Trabalho considerou que há conduta antissindical por parte da reitoria. representantes do SINTUSP foram até o Palácio dos Bandeirantes apresentar a situação à Casa Civil do governo do Estado. Foi deixado claro que o que acontecesse na USP, inclusive a ameaça de violência policial, seriam responsabilidade também de Alckmin. O representante do governo declarou que a orientação do governo seria evitar conflitos dessa ordem, e repetiu isso ontem por telefone, quando o Sintusp insistiu que a reitoria está precipitando um conflito, cujas conseqüências serão de responsabilidade de Alckmin.

Porém, Zago continua atacando, e aproveitando o esvaziamento da USP no recesso.

Essa medida que atinge também os espaços estudantis da ECA, e outros espaços estudantis, como da FAU, mostra que esse ataque se estenderá aos espaços de organização de estudantes e professores.

Amanhã, às 12h30 na sede do Sintusp, está sendo chamada uma uma reunião aberta, com apoiadores inclusive.Deve ser organizada uma vigília durante o recesso com acampamento em defesa da sede do SINTUSP e do direito de organização sindical!




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