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USP, UNESP e UNICAMP | Reitoria da USP e mídia já ensaiam discurso para arrochar o salário

Desde que assumiu a Reitoria em 2014, a dupla Zago-Vahan vem utilizando o argumento do excedente na folha de pagamento para justificar políticas de corte de pessoal, terceirização, precarização e sobrecarga de trabalho, arrocho salarial e fechamento de unidades e serviços de atendimento à população e à comunidade interna.

Adriano FavarinMembro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

sexta-feira 29 de janeiro de 2016 | 01:00

Em reportagem de 22/01, o Jornal O Estado de São Paulo informa que o “governo de São Paulo fará repasse menor a universidades estaduais”, a justificativa seria a queda na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS, devido à crise econômica que afeta o país. O Jornal ainda relembra que as instituições recebem uma parcela fixa de 9,57% do tributo.

Não esquecemos, porém, que ano passado o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi o responsável por fixar nesse patamar essa parcelaque, antes, era tida como valor mínimo de repasse. Ou seja, um piso que poderia ser aumentado exatamente para evitar que oscilações na arrecadação do ICMS levassem a contingenciamento de verbas para a educação pública superior. Valor esse que já vinha estagnado há quase 20 anos e sendo denunciado como insuficiente frente ao aumento de campi e cursos universitários na última década.

Somado os dois últimos anos já há um contingenciamento de quase R$ 0,5 bilhão. Com queda de 3%, a USP é a universidade que terá o maior impacto no orçamento. Segundo a reitoria, a adequação de gastos e investimentos com o novo orçamento ainda é analisada pela Administração Central, mas já informou que em novembro de 2015 a folha salarial representava 102% do valor repassado pela parcela do ICMS.

Desde que assumiu a Reitoria em 2014, a dupla Zago-Vahan vem utilizando o argumento do excedente na folha de pagamento para justificar políticas de corte de pessoal, terceirização, precarização e sobrecarga de trabalho, arrocho salarial e fechamento de unidades e serviços de atendimento à população e à comunidade interna.

De acordo com a própria Reitoria já foram mais de 2.000 demissões por planos de incentivo e outras medidas e ainda “haveria muita gordura a queimar” se referindo ao Hospital Universitário. Ano passado foram eliminados os cargos referentes ao restaurante universitário e algumas de suas unidades foram fechadas e terceirizadas, assim como foi suspenso o atendimento de crianças nas creches, visando, conforme palavras da própria Assessoria de Gabinete do Reitor, o seu fim.

Mesmo com todas essas medidas de precarização do trabalho e do ensino e com o parcelamento do reajuste salarial abaixo da inflação, a Reitoria da USP e a grande mídia mantém o mesmo discurso de culpabilizar o salário dos trabalhadores pela suposta crise orçamentário que atinge as universidades estaduais. Essa medida tem como intuito encobrir os verdadeiros interesses por trás dos docentes magnatas que compõe os Conselhos Universitários e a Administração das universidades estaduais paulistas.

Esses docentes-empresários, que descobriram nas universidades públicas a sua galinha dos ovos de ouro, fizeram dela seu balcão de negócios. Administrando, sem nenhuma democracia, mais de R$10 bilhões de reais por ano, esses senhores terceirizam serviços públicos para seus familiares, abrem licitações milionárias e garantem a vitória para empresas-laranja de seus sócios, criam Fundações Privadas utilizando recursos humanos, infra-estrutura e verba das Universidades para poderem cobrar mensalidade e vender suas aulas privadas enquanto precarizam o currículo dos cursos públicos.

É para manter esses privilégios e suas negociatas que os Reitores, os secretários e governo do Estado e a grande mídia estão unidas para colocar a opinião pública contra os supostos altos salários dos trabalhadores da USP e demais estaduais. Para barrar as medidas de ajuste de Alckmin e Zago devemos preparar uma forte luta unificada dos três setores por mais verbas para toda a educação, ligada a abertura dos livros de contas da universidade e uma Estatuinte livre e soberana para que os rumos da universidade sejam debatidos e votados democraticamente por todos os seus setores e não por um punhado de parasitas acadêmicos instalados na reitoria e no Conselho Universitário.

Esse ano será de mobilizações para defendermos nossos direitos e precisamos que a população saiba que nossos interesses são os mesmos: eliminar essa casta de parasitas corruptos das Universidades e garantir uma educação 100% pública, gratuita e com acesso irrestrito para toda a população!




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