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COTAS | Reitoria da UFRGS é ocupada em defesa das cotas

quinta-feira 22 de setembro de 2016 | Edição do dia

Dezenas de estudantes e ativistas do movimento negro e movimentos sociais ocuparam o térreo da reitoria da UFRGS nessa quinta-feira. Há três semanas a reitoria fez uma proposta de alteração no sistema de ingresso por cotas na universidade que na prática vai aprofundar a já gritante elitização da universidade. Em absolutamente nenhum momento a reitoria chegou a dialogar com o movimento acerca dessa questão.

São quatro pontos de alteração. Um dos mais chocantes é impossibilitar o estudante negro e/ou oriundo de escola pública de escolher o acesso à UFRGS pela via das cotas ou pela via do acesso universal. Hoje o estudante pode escolher como entra na universidade. Se ele passa pelo acesso universal, pode abrir mão da vaga reservada pelas cotas, deixando outro estudante entrar. Na prática, alterar isso significa diminuir o número de estudantes negros e de escolas públicas na universidade.

Está marcado para amanhã, sexta-feira (22), a reunião do CONSUN (Conselho Universitário) que deve decidir sobre essa medida. A intenção do movimento é impedir que esse ataque seja aprovado. A composição do CONSUN é extremamente elitista, com a larga maioria de professores titulares e diretores ligados à burocracia universitária que atuam única e exclusivamente de acordo com seus próprios interesses. Eles não possuem autoridade nenhuma para versar sobre questões como essa.

Essa ocupação ocorre bem no dia em que Temer anunciou uma medida provisória que prevê o fim da obrigatoriedade de aulas de artes, educação física, filosofia e sociologia no Ensino Médio. Como se não bastasse a série de ataques que já estão sendo feitos à educação pública a nível nacional desde o mandato de Dilma, agora com o governo golpista a situação tende a piorar.

Uma ocupação como essa pode se tornar estopim para uma luta contra a medida provisória de Temer e em defesa da educação pública como um todo, com ocupações e ações espalhadas por todo o território nacional. A medida de Temer vai afetar os mesmos estudantes que hoje já sentem as dificuldades de entrar e permanecer na universidade, e que se aprovada a medida pelo CONSUN vão sofrer ainda mais. Nesse sentido, a ocupação deve incorporar em suas pautas a luta contra essa medida absurda de Temer. Apenas a mobilização dos estudantes, do movimento negro e movimentos sociais pode barrar essa série de ataques que estamos sofrendo.




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