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SAMPAPREV | Reforma da previdência municipal e pacotes de maldades, não passarão!

O prefeito de São Paulo João Doria quer aprovar a Reforma da Previdência dos servidores públicos municipais, com o PL (621/2016). Projeto maldoso que vai aumentar a contribuição dos servidores públicos municipais, reduzindo ainda mais os salários que já são baixos.

segunda-feira 19 de março de 2018 | Edição do dia

Esse PL fere direitos fundamentais previstos no Art 6º da Constituição Federal, como direito à educação, a previdência social e à infância. Afinal, interferem diretamente na vida dos trabalhadores e na qualidade dos serviços públicos prestados à população, prejudicando em especial a saúde e educação de nossos filhos.

No último dia 14/03 profissionais da educação, da saúde e da assistência social, saíram às ruas e estiveram em frente à Câmara Municipal para fazer uso de seus direitos previstos no Art. 9º da Constituição Federal, no qual: é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

Trabalhadores foram violentamente atingidos por cassetetes e bombas de gás em frente à Câmara Municipal de São Paulo, simplesmente por não estarem de acordo com as maldades do PL 621/2016 que corta ao meio os salários dos servidores municipais.

Esse é o governo Doria, marcado pela repressão, pela derrubada de direitos que corresponde a todo o projeto de maldades de Temer e sua corja.

Mas também, o que esperar de um político que se dizia gestor e já está se candidatando a governador antes mesmo de concluir seu mandato na prefeitura?

O que esperar de um prefeito que tirou o leite das crianças na escola?

O que esperar de um prefeito que marcou a mão de crianças para não repetirem a merenda escolar, sendo que estas crianças muitas vezes tinham na escola a sua única refeição diária?

Enquanto moradora da periferia de São Paulo, mãe de três filhos, dois ainda em ensino fundamental da prefeitura de São Paulo, e aguardando ser chamada em um concurso dessa mesma prefeitura, reconheço esse direito por parte dos trabalhadores do município, e repudio a violência que se expressa na atual conjuntura por parte do prefeito a essas trabalhadoras e trabalhadores.

Devemos ler a realidade que estamos vivendo, compreendendo a violência que os professores, por exemplo, tem vivido em todo o seu percurso na rede pública de educação.

São profissionais que se preparam, com muitas dificuldades sociais e econômicas, conseguem se formar, buscam atualização na formação, prestam concursos, enfrentam as dificuldades políticas que lhes colocam em condições de trabalho insalubres, ao ponto de dividirem o espaço com os alunos em escolas com péssimas condições, enfrentando chuva dentro das escolas, falta de energia e até mesmo falta de água. Não tem café, não tem mesmo um mísero ventilador.

Com todos os desafios e más condições de trabalho, após terem que correr de uma escola a outra, trabalhando em dois, três e até quatro turnos, tem descontos que chegam a mil reais no seu salário.

Todos os desafios enfrentados vãos além de ter um emprego e um salário no final do mês. Todo esse esforço resulta na alfabetização e formação de ensino dos filhos da classe trabalhadora. Por isso, devemos exigir o melhor, pois o melhor para os professores resultará também no melhor para os nossos filhos. O melhor em educação básica, o melhor em ensino superior. A qualidade de ensino depende da qualidade de vida e salário desses professores. Professores esses que são trabalhadores, assim como nós, mas que se dedicam a cuidar da base da formação escolar de nossos filhos. Professores que ainda tem seus salários inferiores à verba de correio.

Toda essa vergonha parlamentar de tirar os direitos dos servidores municipais ultrapassa os limites da desonra dos desmandos desse país, com a ousadia do “prefeito gestor” Doria, ao investir hoje em uma mentira deslavada, afirmando que os servidores municipais, especialmente os professores recebem altos salários e altas aposentadorias. Porém, não informam à população que apenas uma minoria recebe esses “altos salários” após trabalharem cerca de 30 anos, e também não contam que a essa altura já estão pagando 40% de impostos em cima de seus salários.

É para garantir os direitos enquanto trabalhadores municipais e também para garantir a qualidade dos serviços prestados à população, que hoje, professores, assistentes sociais, bibliotecários, médicos, administrativos e tantos outros profissionais da rede municipal estão em greve.

Pois, ao contrário do que os parlamentares dizem que é uma classe beneficiada por regalias, pertencem na verdade a uma classe de trabalhadores majoritariamente formada por mulheres, classe esta à qual nós fazemos parte, nosso filhos o farão, pois serão os futuros trabalhadores. Classe que está cansada de ser massacrada e que precisa trabalhar muito para garantir o sustento e a educação de seus filhos. Classe esta que vem sendo marginalizada na realização de seu trabalho e criminalizada na busca por seus direitos. Apanhando e levando gás na cara, por lutar pelos direitos que são fundamentais e que estão previstos na Constituição Federal.

A greve é uma ferramenta de direito de trabalhadores e trabalhadoras pela busca de ter seus direitos garantidos. Eu apoio os professores e demais servidores na greve! Não ao PL 621/2016 - #nãopassarão!




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