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REFORMA DA PREVIDÊNCIA | Reforma da Previdência: outros longos anos de armário imposto aos LGBTs

A população LGBT ocupa os postos mais precarizados e rotativos do mercado de trabalho. Com as alterações dá reforma das previdência a perspectiva de se aposentar é tirada do horizonte dos LGBTs e impõe mais anos de trabalho e armário em um ambiente hostil.

Ana TerraCampinas

sexta-feira 7 de abril de 2017 | Edição do dia

Permanecer no armário por mais tempo, assim também exige a reforma da previdência. Os padrões que o capitalismo produz sufocam cada vez mais o que temos por dentro, a maneira como vestimos e identificamos a nós mesmos. E muitas vezes tudo o que esperamos é que a aposentadoria chegue logo e não tenhamos mais que reproduzir tantos padrões que nos engasgaram a vida inteira.

A Fábrica, os escritórios o meio em que convivemos, são lugares conservadores, que literalmente conservam nossas dores, em um sentido de fazer com que elas durem e se intensifiquem. Estes espaços abafam nossa identidade, nossa sexualidade e tudo mais o que somos e que esteja fora do padrão. Impedir de nos assumirmos como somos, dentro ambiente de trabalho, é também uma forma de manutenção do capitalismo, que enxerga qualquer expressão livre de nossa sexualidade como uma afronta a moral conservadora construída para levar ao extremo a produção e o lucro.

A reforma da previdência e a perda de perspectiva de um dia se aposentar aumenta ainda mais a angústia para setores LGBT´s. Ver adiante mais longos anos de trabalho em um ambiente hostil onde a pressão dos patrões se soma a estar expostos a uma série de preconceitos que impõe o armário aos trabalhadores LGBT’s.

A luta pela reforma da previdência é também uma luta dos LGBT’s. Hoje a realidade que está posta é de LGBT’s nos postos de trabalho mais precarizados, que em sua maioria não tem acesso a direitos elementares garantidos pela CLT e enfrentam um elevado grau de rotatividade de empregos o que, concretamente, dificulta na obtenção das aposentadoria. Com a reforma da previdência pela frente, que estabelece tempo mínimo continuo de contribuição de 49 anos para conseguir a aposentadoria integral, a esperança de conseguir aposentar e desta forma ter tempo para si vai afundando em meio ao interesse desesperado dos políticos em fazer com nos que trabalhamos paguemos a crise em troca de manter os lucros dos grandes empresários.

Os fortes ataques direcionados aos trabalhadores trarão prejuízos imensos para nossas vidas, sendo que os setores oprimidos (LGBTs, mulheres e negros), sofrerão ainda mais com essa crescente investida dos patrões, políticos e grandes proprietários de terra. A marginalização dos LGBTs e a imposição do armário a sua sexualidade para que qualquer afronta seja reprimida é um mecanismo importante para se extrair ainda mais lucro dos trabalhadores. Não podemos aceitar calados estes ataques e tomar para nossas mãos a bandeira da luta contra a Reforma da Previdência é essencial para partirmos também para um questionamento da marginalização e precarização dos LGBTs neste sistema de exploração que é o capitalismo.




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