Além de testes escassos e não oferecidos massivamente pelo governo, o que é um verdadeiro absurdo, redes privadas estão negando testes por plano de saúde para cobrar consulta particular. Os patrões visam o lucro, não nossas vidas.
sexta-feira 20 de março de 2020 | Edição do dia
Clientes dos planos de saúde enfrentam dificuldades ao tentar marcar exames para o teste do coronavírus. Isso vem acontecendo pois as redes credenciadas estão com o objetivo de lucrar com a crise, negando planos de saúde e cobrando pelos exames de forma particular, colocando o lucro acima da saúde de seus clientes. Segundo o decreto da ANS (Agência Nacional de Saúde Complementar), os planos de saúde deveriam cobrir os exames para covid-19, mas seguindo as recomendações do ministério da saúde.
Segundo relatos no Estadão, clientes com os sintomas do Covid-19 ligaram para as redes credenciadas e relataram que foram informados pelas redes que não aceitavam planos para a realização dos exames e que eles ofereciam o teste de forma privada. Uma moradora de Sorocaba chegou a ser encaminhada pelo plano ao hospital após apresentar sintomas, mas na hora de solicitar o exame teve seu pedido negado.
O governo Bolsonaro tem fortalecido esse absurdo, com o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta liberando auxílio de 10 bilhões de reais aos planos de saúde, enquanto os hospitais públicos sofrem as consequências de anos de sucateamento, com enormes dificuldades para enfrentar esta crise sem recursos, com os trabalhadores da saúde em condições precárias sem equipamentos de proteção, sem testes para esses profissionais e para toda a população que apresenta os sintomas, e com falta de leito e materiais básicos.
É um absurdo que essas empresas estejam mais preocupadas em obter lucro sobre a miséria e morte de diversos trabalhadores, ao invés de garantir que a população tenha um diagnóstico. Sabemos que para enfrentar essa crise é necessário testes gratuitos e massivos para todos, não apenas para aqueles que apresentem casos graves, pois dessa maneira será possível detectar todas as pessoas infectadas, visto que muitos dos infectados que podem estar transmitindo não estão apresentando sintomas. E também exigir a expansão do sistema público de saúde através da estatização dos hospitais e laboratórios privados sobre controle dos trabalhadores e da população, assim ampliando os leitos com a incorporação dos leitos da rede privada sem custo.
Apenas dessa forma, mudando todo o sentido da economia com os trabalhadores à frente da produção e se auto-organizando para garantir serviços essenciais, com todas as medidas de prevenção necessárias, será possível dar uma saída para a crise para salvar vidas.
Nossa saúde vale mais que o lucro deles!
