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ARGÉLIA | Rechaçado pelos protestos, presidente do Conselho Constitucional na Argélia renuncia

É indicado como parte do "triplo B", em referência aos três políticos escolhidos para tutelar a transição, que os manifestantes querem retirar do poder.

quarta-feira 17 de abril de 2019 | Edição do dia

O presidente do Conselho Constitucional da Argélia, Tayeb Belaiz, apresentou sua renúncia na terça-feira ao chefe do estado interino, Abdelkader Bensalah, de acordo com a agência oficial APS, sem dar outros detalhes sobre as causas de sua renúncia.

A renúncia ocorre em meio a manifestações populares massivas, que já ocorrem há semanas em todo o país e coincidiu com um novo protesto de milhares de estudantes que marcharam hoje, pela oitava terça-feira consecutiva, em diferentes cidades da Argélia como no centro da capital.

"O presidente do Conselho Constitucional, Tayeb Belaiz, informou aos membros do Conselho em uma reunião na terça-feira que apresenta ao Chefe de Estado sua renúncia ao cargo (...) que ocupa desde a tomada de posse em 21 de fevereiro passado", sublinhou o Conselho em comunicado.

Belaiz, 70, era um fiel aliado do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika, que em fevereiro passado, o nomeou chefe do tribunal supremo que, tem entre suas atribuições validar as candidaturas para as eleições presidenciais de 4 de julho e monitorar as operações de votações.

Belaiz é também uma das principais figuras do "Triplo B" referentes aos três políticos eleitos para tutelar a transição - junto com o chefe de Estado interino, Abdelkader Bensalah e o primeiro-ministro e ex-ministro do Interior, Nouredin Bedaui-. Dos três, que os manifestantes consideram membros da "máfia do poder", o presidente do Conselho Constitucional é o primeiro a cair.

"Viemos hoje para dizer não para as eleições presidenciais de 4 de Julho, sob os auspícios do Governo de Bedoui porque sabemos que eles cometem fraude, (é) impossível para um governo que sempre foi fraudulentamente fazer uma mudança e também pedir-lhes para deixar-nos manifestar sem repressão", disse para a agência Efe Sarah, uma estudante de arquitetura que estava se manifestando nesta terça-feira.

Os protestos começaram em meados de fevereiro contra o quinto mandato de Bouteflika, no poder desde 1999, e, após sua renúncia em 2 de abril, as manifestações continuam a exigir a saída de todos os rostos que fazem parte do regime.




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