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MRT CHEGA AO RS | Realizada Primeira plenária de apresentação do MRT em Caxias do Sul

Estiveram presentes professores, secundaristas e estudantes universitários. No centro do debate esteve a necessidade de conformar uma terceira alternativa, classista e revolucionaria, contra a direita e o governismo.

sexta-feira 13 de novembro de 2015 | 00:00

Caxias do Sul é uma cidade de forte concentração operária, com mais de 80 mil trabalhadores da indústria que vem sofrendo um forte ajuste por parte da patronal. Foram mais de 13 mil demissões no ano passado e uma queda do salário médio real que já beira os 10% ao longo de 2015.

Apesar destes enormes ataques, o sindicato dos metalúrgicos de Caxias permanece inerte e nada faz para organizar os trabalhadores. Isso acontece por que este sindicato, assim como a maioria dos sindicatos da cidade, estão nas mãos do PCdoB. O mesmo acontece na maior Universidade de Caxias do Sul (UCS), que está aumentando em 10% as mensalidades e o DCE nas mãos da UJS nada faz.

Contra a direita mais reacionária, que domina a política da cidade, e um sindicalismo governista e muitas vezes atrelado à própria patronal, os trabalhadores e a juventude de Caxias do Sul, estão carentes de uma alternativa combativa.

Um processo de experiência e militância em comum

A crise que econômica que atravessa o Brasil não é uma crise de gestão, fruto de supostos erros do governo Dilma, que é como a direita coloca. A crise econômica é internacional e se configura como uma crise do próprio sistema capitalista. Os governos Dilma e Lula não criaram a crise, mas são parte dela. Já durante o crescimento econômico a política do governo petista, de crescimento baseado no credito e nos trabalhos precários, favorecia os lucros capitalistas em detrimento da concessão de direitos sociais mais amplos e agora o governo Dilma aplica as medidas exigidas pelos capitalistas para que os trabalhadores paguem o custo dela.

A trajetória do PT, e também do PCdoB, mostram os limites da política de pequenas melhoras dentro do capitalismo. O caminho para uma transformação profunda e da conquista de amplos direitos sociais e democráticos, é o da luta contra o capitalismo. Por isso a necessidade de construção de um partido revolucionário.

Na situação brasileira, é fundamental avançar na construção de uma terceira alternativa, classista e revolucionaria, que se enfrente tanto com a direita como com o governismo. No momento essa perspectiva vem sendo dificultada pela política dos principais partidos de esquerda. O PSOL abandonou uma posição independente do governismo ao se aliar em uma frente permanente com a CUT, a CTB, a UNE, na Frente Povo Sem Medo, e incorporar cada vez mais políticos burgueses como Brizola Neto. E o PSTU, no terreno sindical se adapta a setores burocráticos e oportunistas (aqui em Caxias, incorporando setores do PSB na CSP/Conlutas), e no terreno político, ao chamar a derrubada do governo Dilma com uma greve geral, num momento em que é impossível que isso se efetive, acaba fazendo uma política funcional a direita e também não se constitui como uma verdadeira alternativa.

Discutimos como o MRT, para construir uma alternativa revolucionária, coloca todos os seus esforços nos processos da luta de classes. Queremos construir uma organização de combate, que se apoie da teoria revolucionaria para orientar sua ação na luta de classes. Que coloque seus esforços para amplificar a luta dos trabalhadores e da juventude. O exemplo mais avançados nesta nossa concepção está na Argentina, onde colocamos todo o peso eleitoral conquistado pelo PTS, dentro da FIT, nos processos de luta dos trabalhadores.

Primeiros passos em Caxias

Para avançar na experiência de militância comum proposta, discutimos uma combinação entre atuação pratica comum, e debates sobre teoria e estratégia revolucionária.

Nossa organização internacional, a Fração Trotskista, se formou a partir de uma visão crítica do trotskismo do segundo pós guerra, e se colocou a tarefa de resgatar a teoria revolucionaria de Lenin e Trotsky. Com a crise capitalista internacional se faz necessário buscar todas as vias para transformar essa teoria renovada em força material, em ampliação da construção de partidos revolucionários. Ainda que não vamos estudar toda uma trajetória teórica de mais de duas décadas, vamos tomar algumas questões de estratégia fundamentais, como o debate de estratégias para a revolução, a polêmica em torno da construção de partidos amplos como o PSOL ou de partidos revolucionários de trabalhadores e a posição dos revolucionários frente ao feminismo e a luta pelos direitos das mulheres.

Ao mesmo tempo, vamos iniciar uma campanha de solidariedade em Caxias, aos companheiros rodoviários de Porto Alegre, demitidos por lutar, depois de ter protagonizado uma das maiores greves que se sucederam as mobilizações de 2013, que questionavam as burocracias sindicais.

Também vamos nos posicionar nas eleições do DCE da UCS, onde vão concorrer duas chapas governistas (UJS, atual gestão, e PT, que se coloca como oposição) e uma chapa da direita. Nenhuma das três defende os interesses dos estudantes e na UCS, assim como em Caxias e no Brasil, está colocada a necessidade de uma terceira alternativa.




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