Com o aval de Luiz Fux, atual presidente do STF, o pastor presbiteriano terrivelmente evangélico, será empossado na semana que vem.
quinta-feira 9 de dezembro de 2021 | Edição do dia
IMAGEM: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Fux disse que, mesmo com mais 1 ministro evangélico no quadro, a Corte seguirá respeitando a laicidade do Estado. De acordo com o presidente do STF, André Mendonça está ciente da posição que ocupará e “não irá introjetar valores evangélicos extremos nas decisões”.
Após meses parado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado analisou e aprovou a indicação, feita por Bolsonaro, do pastor para o Supremo Tribunal Federal, ocupando a vaga do decano Marco Aurélio Mello.
Mesmo com Mendonça dando inúmeras demonstrações de seus posicionamentos reacionários, como ser contra o direito ao aborto para mulheres infectadas pelo vírus zika, ou afirmar que com base em suas convicções religiosas as pessoas possam discordar e questionar o "homossexualismo", é a favor da redução da maioridade penal para 16 anos. O pastor também alegou que no caso do assassinato de João Alberto Freitas, cliente negro agredido por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre no final do ano passado, ele não podia afirmar se o que ocorreu foi racismo. Também como bom bolsonarista se coloca contra o que ele chama de “ideologia de gênero”.
Além disso, Mendonça foi um ferrenho utilizador da Lei de Segurança Nacional, quando estava na AGU determinou que a PF abrisse diversos inquéritos com base na LSN para investigar críticos de Bolsonaro.
Mesmo com todos esses exemplos, Fux afirmou que: “Quando [os ministros] assumem, se tornam juízes da Constituição e terão que zelar pela Constituição. A laicidade do Estado não permite que defendam apenas valores religiosos”, mostrando-se complacente a toda sujeira bolsonarista, e revelando que nem ele, assim como nenhum outro ministro do STF, são uma alternativa de qualquer tipo para os trabalhadores e setores oprimidos da sociedade.
