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RIO GRANDE DO NORTE | RN: Jovem de 23 anos falece pelo COVID-19 e estado segue sem testes

Uma trágica notícia veio a público no Rio Grande do Norte. Matheus Aciole, de 23 anos faleceu devido a complicações do Coronavírus. É a pessoa mais jovem do país acometido pelo COVID-19, assim como a primeira morte por contaminação comunitária no estado.

quinta-feira 2 de abril de 2020 | Edição do dia

O jovem era asmático e pré-diabético, portanto fazia parte dos grupos de risco do coronavírus. Contudo, sua morte revela a insuficiência de um combate efetivo ao vírus no estado. Matheus foi a um hospital privado no dia 24 quando apresentou sintomas da doença. Não foi testado, e mandado para casa para repousar. No dia 27 o quadro não melhorou e se dirigiu a uma unidade de saúde pública, onde foi finalmente testado e encaminhado para um serviço privado e internado na UTI.

Se Matheus era do grupo de risco, como não foi testado imediatamente quando procurou o médico, para que pudesse ser tratado antes? Teria lhe dado maiores chances de sobrevivência, potencialmente salvo sua vida.

A realidade é que no estado não há testes massivos para todos que apresentarem sintomas, mas sequer para grupos de risco. É urgente que se exija do estado, governado por Fátima Bezerra (PT), garanta esses testes massivos, coisa que a OMS orienta a fazerem, ao mesmo tempo que Lula, em entrevista coletiva, defendeu demagogicamente a necessidade de ampliar testes, coisa que nenhum governador do PT apresentou um plano para fazer.

Não é muito diferente da falta de seriedade de Dória em SP, que disse que iria criar 2000 testes por dia, mas até agora não se viu nada desses testes. Esse quadro implica em uma subnotificação dos casos e torna as medidas de isolamento social pouco eficazes, pois não isola de fato os contaminados assintomáticos, nem garante o tratamento rápido de casos como o de Matheus.

É urgente testes massivos no estado já! Há dinheiro para isso, a dívida ativa de empresários com o estado é calculado em R$ 4 bilhões em 2019. Baseando-se no valor de R$ 75 por teste, esse valor poderia comprar cerca de 53 milhões deles, ou mesmo ampliar o número de leitos de UTI e respiradores. Nem falar o que daria para arrecadar através da taxação de fortunas como a do empresário Flávio Rocha. Ou se rompe com os lucros dos empresários, ou o coronavírus fará mais vítimas no RN.

Os 100 leitos do hospital de campanha prometidos, e que serão instalados no Arena das Dunas, ainda que importantes, deveriam ser uma medida emergencial por parte do estado, que deveria expandir os leitos da própria rede pública, pra seja uma medida permanente pra saúde. Sem isso, o que a prefeitura de Natal junto ao MP se fazem é planejar a ampliação de vagas nos cemitérios.

É preciso uma saída em que os trabalhadores da saúde e dos serviços essenciais assumam o comando do combate ao vírus, controlando todo o sistema de saúde centralizado nas mãos do Estado, assim da produção nas fábricas, reconvertendo as indústrias da região, como as têxteis, para a produção de capotes, máscaras e EPIs, que estão em falta nos hospitais do RN.

Contato: (84) 991182159




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