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EXCLUSÃO NA VACINAÇÃO | RJ: Residentes da saúde do Rio estão sem receber mesmo em meio a pandemia

Cerca de 10 programas de residência, que vai de médicos, enfermeiros e assistentes sociais, estão sem receber neste mês de fevereiro. As bolsa-salários que deveriam ser repassadas aos profissionais não são mais do que promessas vagas para os “próximos dias”.

Isa SantosAssistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

sexta-feira 19 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: CRFRJ

Diversas categorias de residentes (profissionais formados que realizam trabalhos sob forma de pós-graduação numa instituição conveniada) denunciam a falta do pagamento das suas bolsas e salários neste mês.

A denúncia parte de setores vinculados à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a SMS-RJ, e também a instituições como a UFF, UERJ, UFRJ e FIOCRUZ. Todos parte dos profissionais da saúde que seguiram trabalhando em meio a pandemia, e que agora estão trabalhando com seus salários atrasados.

Em carta conjunta, de 3 programas de enfermagem ligados a atenção básica, expressam as consequências desse atraso que vai desde o endividamento até ao abandono dos programas por falta de condições para manutenção do sustento mensal. Informam ainda que a presença nas unidades de trabalho não será possível após o dia 22/02 por falta de condições financeiras para tal.

Os profissionais da saúde são linha de frente no enfrentamento e no combate ao coronavírus e os profissionais residentes ficam mais expostos a este tipo de atraso, por terem menores garantias empregatícias resguardadas pelas leis trabalhistas. Há denúncias de falta de repasse das instituições responsáveis dos valores do INSS que garantem direitos como o auxílio doença.

Os residentes não recebem vale alimentação ou passagem sendo a bolsa-salário a única fonte para o seu sustento. Os atrasos implicam ainda na impossibilidade desses profissionais chegarem aos seus locais de trabalho para prestar atendimento a população. A remuneração pelos serviços prestados é uma condição básica negada a esses profissionais que não podem ter outros vínculos empregatícios devido ao tipo de contrato que estão vinculado.

No Rio de Janeiro o absurdo dos salários atrasados durante a pandemia é um cenário já visto algumas vezes, como no ano passado, ainda na gestão Crivella quando mais de 16 mil trabalhadores ficaram sem salários e também se repetiu já neste ano, na gestão Paes, que já deu seu cartão de visitas liberal atrasando salário dos profissionais da saúde. Grande parte dos residentes que ainda não receberam estão com seus pagamentos vinculados ao repasse da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Essa é a realidade dos profissionais de saúde que em plena pandemia não tem insumos mínimos de combate ao coronavírus, muitos seguem sem serem vacinados e nem mesmo os seus salários são garantidos. Enquanto isso, tal qual o governo federal, a prefeitura do Rio gerida por Eduardo Paes segue com um plano de ataques à saúde pública, com fechamento de unidades, não pagamento de profissionais e sem implantar qualquer controle científico da pandemia, com testes massivos, abertura imediata de todos leitos fechados do SUS ou um plano de vacinação realmente capaz de oferecer doses que atendam massivamente à população, que segue morrendo pelo desastre da saúde e pela crise econômica.




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