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Quem está por trás do movimento golpista Vem Pra Rua?

quinta-feira 22 de setembro de 2016 | Edição do dia

Nas manifestações em defesa do golpe institucional do movimento Vem Pra Rua em São Paulo teve como um dos seus participantes o ‘’repórter’’ Nilo Campos. Sempre de peruca colorida, ele era chamado por Rogério Chequer, do alto do caminhão de som, para ‘’entrevistar’’ os manifestantes na Avenida Paulista. Nilo Campos, na verdade, é o grande empresário Colin Butterfield.

Colin Butterfield é diretor – presidente, do grupo Cosan, um dos maiores conglomerados empresariais do País – e parceiro de Chequer no comando do Vem Pra Rua. Juntos, os lançaram no evento do Conjunto Nacional, o livro Vem Pra Rua: A história do Movimento Popular que Mobilizou o Brasil. O bilionário estudou na Fundação Estudar, criada por Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev. No lançamento do livro apareceram, entre outros, Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e o senador Aloyso Nunes.

Antes de ser diretor – presidente da Cosan Alimentos, Butterfield passou pela Cargill, trabalhou em uma consultoria e teve o próprio negócio, o site de viagens Decolar. De acordo com o empresário que falou sobre a situação econômica do país ‘’ "O País vive um momento de grande exuberância, mas ele é finito. É preciso aproveitá-lo. Quando viajo, acho até exacerbado o entusiasmo dos estrangeiros com o Brasil."

Colin Butterfield está ligado ao grande empresário Jorge Paulo Lemann. De acordo com a Istoe, Lemann está na 25ª posição no ranking de bilionários feitos pela agência de notícias Bloomeberg, e com uma fortuna estimada em US$ 26,8 bilhões, construída sobre um império de grandes empresas de consumo como AB InBev, Burger King e Heinz. Lemann, que além de ter criado a Fundação Estudar, financia o Movimento Vem Pra Rua.

A mesma empresa InBev, que na Índia está sendo investigada por corrupção. De acordo com o site Estadão, a Crown Beers Índia, que pertence interinamente á InBev, e a indiana RKJ Group, estão sob investigação por conta de relações entre agentes e funcionários do Estado. Trata – se de um possível pagamento de propina por parte da empresa á oficiais do Estado, algo que é proibido pela lei americana.
A empresa Burger King, por sua vez, vive sendo denunciados por seus funcionários por péssimas condições de trabalho e desrespeito as leis trabalhistas. Numa reunião junto com o Sinthoresp, os funcionários denunciaram que não estavam recebendo hora extra e pagamento noturno, havia irregularidades no cumprimento da carga horaria de trabalhadores e jovens aprendizes, ausência de alimentação saudável e obrigatoriedade no consumo de lanche. A mesma empresa que em Teresina, chegou ser fechada por não pagar o piso salarial para os trabalhadores.

Já a empresa Cosan Alimentos, é acusada pelo Ministério Público do Trabalho de contratar empresas de fachada para administrar o corte de cana de açúcar em lavouras de Elias Fausto. Esta prática visava controlar a matéria prima destinada á Usina de São Francisco, uma das empresas da companhia. A mesma empresa de Colin foi multada pelo Ministério Público por manter funcionários trabalhando nos domingos e feriados, sem que houvesse um acordo coletivo ou demanda justificada para realização de serviço.

As ações ilegais cometidas pela Cosan obrigou o BNDES decidir suspender em caráter preventivo todas as operações com a empresa de produtora de álcool e açúcar do país. Esta decisão foi tomada devida a inclusão da companhia no cadastro de empregadores que tinham mantido trabalhadores em condições análogas ao trabalho escravo. A ação ordinária da Cosam ON caiu de 5,32% para 23,46 R$.
O Ministério Público do Trabalho informou também que a Raízen Energia, controlada pela Cosan, Shell – Shell que por sua vez, tem relação com o juiz Sergio Moro conforme denunciamos neste artigo aqui - , foi condenada a pagar 10,5 milhões em indenização por danos morais coletivos derivados á terceirização de atividades e falta de segurança do trabalho.
Financiamento dos movimentos pró – impeachment é uma caixa preta.

Importante lembrar que conforme foi citado pelo site Folha de São Paulo, a finanças dos grupos pró – golpe é uma verdadeira caixa preta. Nenhum dos grupos que convocaram as manifestações em defesa do impeachment de Dilma mostra a quantia de dinheiro usado para custear suas ações políticas. O movimento Vem pra Rua se negou abrir detalhes dos doadores. De acordo com Chequer, as contribuições nem sequer passam por uma conta bancária. A orientação aos colaboradores, diz, é que paguem diretamente aos fornecedores.

Esta investigação contra o movimento Vem Pra Rua apenas reforça o caráter reacionário do golpe institucional. Tudo o que estas empresas e senhores que estão envolvidos num verdadeiro lamaçal de negociatas espúrias, é que a crise capitalista que o país está vivendo seja paga pelo os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. Para que isso ocorra, são capazes de articular um golpe institucional, pois tudo o que querem é um governo que seja duro com os trabalhadores e que permita que estes casos escandalosos ocorram.

Por sua vez, o PT ao ter proposto governar para estas grandes empresas corruptas, permitiu que elas crescessem a ponto de chegar derrubar o próprio governo. Este é mais um fato que só mostra que a estratégia do PT de querer buscar alianças com a direita e com os grandes empresários, só leva ao fortalecimento destes setores que só tem o único interesse de aumentar a sua taxa de lucro.




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