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VIOLÊNCIA DE GÊNERO | Quase todas mulheres brasileiras já sofreram violência sexual no transporte, diz pesquisa

Segundo levantamento do Instituto Patrícia Galvão e do Instituto Locomotiva, 97% das brasileiras maiores de 18 anos já sofreram algum tipo de assédio sexual em transportes públicos e privados.

terça-feira 18 de junho de 2019 | Edição do dia

Quase todas mulheres brasileiras já sofreram violência sexual no transporte, diz pesquisa

Segundo levantamento do Instituto Patrícia Galvão e do Instituto Locomotiva, 97% das brasileiras maiores de 18 anos já sofreram algum tipo de assédio sexual em transportes públicos e privados.

A pesquisa apresentou às mulheres entrevistadas uma lista com as principais queixas de assédio, que vai de olhares insistentes que causam medo, a estupros. Dentre as pesquisadas, 97%, praticamente todas as mulheres, já sofreram algum tipo de violência e ainda apontam que conhecem mulheres que já sofreram assédio em locais públicos.

Ainda de acordo com a pesquisa, para 72% das mulheres o tempo para chegar ao trabalho influencia na decisão de aceitar ou não um emprego, e 46% das mulheres não se sentem confiantes para usar meios de transporte sem sofrer assédio.

Os institutos entrevistaram, em fevereiro deste ano, 1.081 mulheres que utilizaram transporte público ou privado nos 3 meses anteriores à data do início do estudo. As entrevistadas foram ouvidas em todas as regiões do Brasil: Sudeste: 38% (416 entrevistas), Nordeste: 22% (236), Centro-Oeste+Norte: 20% (219) e Sul: 20% (210).

Os pesquisadores mostraram para as entrevistadas uma lista com as principais queixas de assédio. E quase todas as mulheres responderam que já passaram por ao menos uma das situações, como olhares insistentes (41%) no transporte coletivo, (10%) no transporte por aplicativo e (11%) no táxi, cantadas indesejadas (33%) no coletivo e (9%) nos aplicativos e táxis.

A precarização do transporte público, que faz com que as mulheres passem mais tempo no transporte, ou tenham que se submeter a diferentes alternativas, está totalmente ligada ao aumento dos casos de assédio sexual.

Uma situação totalmente alentada pelo governo Bolsonaro e seus apoiadores, como o deputado do PSL na ALESC (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), Jessé Lopes, que recentemente culpabilizou as mulheres pelos casos de estupros que sofrem: “se você quer andar na rua com sua sainha, seu shortinho, com seu decote, ótimo. Você quer chamar a atenção de estupradores, vocês sabem o risco que estão correndo. Se você se deparar com essa situação, lamento.”

É assim que a extrema direita contribui para o aumento no nível de violência de gênero, junto a precarização de toda a vida que o governo Bolsonaro defende, querendo fazer passar, junto ao Congresso, uma reforma da previdência que atingirá em cheio a vida das mulheres trabalhadores que já cumprem dupla ou tripla jornada, e que se aposentariam ainda mais tarde.

Para enfrentar toda essa situação, é preciso que o movimento de mulheres se ligue aos trabalhadores exigindo das centrais sindicais, como CUT e CTB, que são entidades do movimento de trabalhadores, um plano de lutas concreto para barrar a reforma e também colocar na ofensiva uma grande campanha contra os assédios sexuais e toda discriminação de gênero.




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