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De olhos fechados para o Talibã | Putin diz que forças externas não devem opinar sobre controle do Talibã no Afeganistão

Em entrevista coletiva, o presidente russo disse que o controle do Talibã na maior parte do Afeganistão é “realidade política” e que forças externas não devem opinar sobre o país

sexta-feira 20 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/mundo/opositor-russo-navalny-divulga-video-sobre-suposto-palacio-de-putin/

Na última sexta-feira, em entrevista coletiva, que contava, também, com Angela Merkel (chanceler alemã), Vladimir Putin disse que o controle do Talibã sobre a maior parte do afeganistão é uma “realidade política” e que é preciso partir dessa realidade, evitando o “colapso” do Estado afegão. o presidente da Rússia ainda disse que “É preciso acabar com a política de impor de fora os valores alheios[...] sem considerar as peculiaridades históricas, culturais e religiosas”.

Ainda cita que o Talibã anunciou o “fim das hostilidades, começaram a estabelecer a segurança pública para os residentes locais, as missões diplomáticas estrangeiras”, fato que nem de longe é verdade, dado os últimos acontecimentos desde a tomada do poder pelo talibã no afeganistão, com a declaração da mudança da bandeira e do próprio nome do país para “Emirado islâmico do afeganistão”, repressão violenta à protestos populares, perseguição a imprensa, incluindo um assassinado à parente de jornalista e a brutal repressão que atinge principalmente as mulheres do país, com a imposição da sharia, lei imposta pelo Talibã, que impede mulheres de trabalharem, estudarem, sairem de casa sozinhas e uma série de outros direitos básicos. Tudo isso sob uma imposição bélica.

Veja também: Fora Talibã e o Imperialismo! - O que está acontecendo no Afeganistão?

Putin, no entanto, evidencia o descaso com a situação real do país, principalmente por seu alinhamento com o PCCh, que já anunciou que negociaria com o Talibã. As posições de tais líderes, longe de passar por alguma preocupação com o povo ou com identidade histórica e cultural, se colocam como estratégicas por interesse geográfico na região, em especial do governo Chines, que faz fronteira com o Afeganistão.

Ainda sobre o assunto, Putin colocou que é preciso evitar a "penetração de terroristas" "disfarçados de refugiados" em países próximos ao Afeganistão. A declaração entra em contradição com a própria “confiança” que Putin diz ter com o “fim das hostilidades” dos Talibãs, e aumenta as dificuldades do povo refugiado, que agora luta para fugir do regime autoritário do grupo.

Assista às falas de abertura do debate "O que acontece no Afeganistão? Uma visão Marxista", com André Barbieri e Marie Castañeda, promovido pelo Esquerda Diário

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