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Professores estão morrendo com o retorno inseguro, dia 20 deveria ser de luta com as demais categorias

Enquanto o governo Doria (PSDB) anunciou o retorno presencial inseguro das aulas que expõe milhares de vidas na mesma semana em que o estado de São Paulo bateu o recorde de mortes registradas em 24 horas com 1.389 na terça (6), professores estão morrendo. Contra essa política, a APEOES deveria chamar urgentemente assembleias virtuais para os professores se organizarem ao lado de outras categorias em luta no dia 20.

sexta-feira 16 de abril de 2021 | Edição do dia

Foto: Tácio Melo/Secom

Essa situação de tragédia é fruto do negacionismo de Bolsonaro e da demagogia dos governadores como Doria, prefeitos e todo regime do golpe que nunca criaram condições reais do combate à pandemia e por isso têm responsabilidade pelos números escandalosos de morte, e seguem brincando com nossas vidas nos expondo ao contágio.

Doria anunciou a vacinação pra uma parcela pequena da categoria, enquanto os professores dizem que é preciso vacina para todos, inclusive pais dos alunos. A intenção de reabrir de forma insegura as escolas não é apenas do governo do PSDB, mas também das prefeituras que forjam nas lives e declarações uma suposta melhora e que caminhamos para voltar ao normal e que vibraram e se alinharam imediatamente às medidas anunciadas pelo governo que aceleram a reabertura mesmo com o sistema de saúde em colapso.

O governador impõe a reabertura mesmo com a justiça ter concedido liminar aos sindicatos que impede a volta presencial insegura. Para ele é possível simplesmente ignorar a justiça quando quer e ameaçar os professores com a fome, cortar o salário de quem fez greve e agora de quem faltar, se apoiando na liminar para trabalhar remoto. Por outro lado, essa mesma justiça nada faz em relação a isso, mostrando que tem lado de fato, por mais que faça demagogia com decisões que depois não são respeitadas.

Essas medidas de retorno presencial inseguro são claras sinalizações do Doria e prefeitos em atender os interesses do lucro dos empresários da educação e da patronal de conjunto, pouco se importando com a vida da comunidade escolar e jogando milhares para a morte e adoecimento.

O estado chegou a mais de 85 mil mortes, chegando ao ponto de que as vans escolares, que transportavam as crianças e a juventude hoje estão carregando corpos de vítimas do descaso desse governo golpista.

Não podemos aceitar! Só os trabalhadores da educação junto à toda comunidade escolar podem dar uma saída para esse momento dramático que vivemos! A Apeoesp, sindicato dos professores estaduais de SP, ao invés de uma greve de fachada, precisa organizar assembleias e espaços democráticos, construindo desde a base a organização de uma luta real de enfrentamento contra essa nova imposição de Doria e Rossieli.

Precisamos lutar pela quebra das patentes que servem para os lucros dos empresários farmacêuticos e dessa forma a vacina ser um direito para todos, imediatamente. Além disso, é urgente que o valor do auxílio seja aumentado para um salário mínimo já!

É preciso unificar a luta com os professores municipais de São Paulo e outros setores que estão lutando pelo país, como as trabalhadoras da LG e da Suntech, Bluetech e 3C mostrando a força que a organização dos trabalhadores pode alcançar.

Os trabalhadores metroviários de São Paulo aprovaram em assembleia um indicativo de paralisação para o dia 20, data para a qual os rodoviários da capital paulista também indicam parar reivindicando a vacinação. Nos trens da CPTM, um dos três sindicatos da categoria também convoca a data. Em Porto Alegre os metroviários da Trensurb deliberaram uma paralisação de duas horas para o dia 20. Também no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, em diferentes datas, há paralisações e protestos de trabalhadores dos transportes marcados para este mês. É preciso unificar essas batalhas e defender uma saída dos trabalhadores para a crise.

A política de centrais como a CUT, dirigida pelo PT, e a CTB, dirigida pelo PCdoB, não oferece uma alternativa para nossa classe e se limita a ações simbólicas esporádicas que não são construídas nas bases, como no último dia 24, enquanto esperam 2022 para tentar eleger Lula. Ao contrário disso, os sindicatos precisam sair dessa inércia que abre espaço para o governo passar seus ataques, e impulsionar a força dos trabalhadores começando pela construção do dia 20 de abril ao lado dos trabalhadores dos transportes.




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