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educação | Professores e seus salários partidos

Não é de hoje que a população escuta dos políticos, que a educação deve ser valorizada. Porém, de eleição em eleição, o povo vai observando, que não é prioridade de nenhum governo a educação.

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

sexta-feira 7 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Sobra dinheiro para pagar juros aos bancos e especuladores. Quase metade do PIB é utilizado para esse fim. Porém para educação, não é destinado nem os sonhados 10% do PIB, que ainda seria pouco. Como a prioridade é o "Deus mercado" e não a população, as escolas ficam em último plano. Sem estrutura adequada e sem o cuidado que os professores deveriam ter, tanto na qualificação, quanto na remuneração.

O piso nacional dos professores no Brasil é muito baixo, cerca de R$ 2.455,00. Mesmo assim, apenas 14 Estados brasileiros e 66% dos municípios, cumprem esse piso. Isso cria uma série de abismos para que a educação brasileira avance e consiga formar com qualidade a maioria dos seus jovens.

Professores são obrigados a fazerem bicos, para complementar a renda. Enfrentam jornadas excessivas de trabalho, prejudicando sua formação e a preparação de suas aulas. Sem condições de fazer cursos de formação e extensão, os professores brasileiros se veem estagnados, impedidos de avançarem em sua profissão.

Sem incentivar a pesquisa docente, melhorar as estruturas das escolas e os salários dos professores, a educação brasileira segue a passos lentos, quando não dá passos para trás. O projeto de lei da "escola sem partido", invenção da extrema direita, para perseguir e intimidar professores Brasil a fora, mostra que é possível piorar.

A ascensão da extrema direita no país, chegando ao governo federal, com o rosto do controverso Jair Bolsonaro, com a tutela do judiciário e o apoio dos militares, mostra que podemos andar para trás. Pois agora, além de ganharem pouco, os professores terão que enfrentar a perseguição de um governo autoritário, que não resolverá os problemas de estrutura educacional do Brasil, pois continuará servindo ao "Deus marcado", pagando juros em cima de juros para os bancos e empresários, com dinheiro público.

É um cenário desolador para a educação. Só a mobilização popular pode mudar isso. Os trabalhadores da educação precisam se unificar com o conjunto da classe trabalhadora, para impor uma nova política para a educação nacional. Garantir os recursos necessários para o desenvolvimento educacional e a total liberdade de cátedra, para que os professores possam lecionar de forma livre e inovadora. Sem a luta de toda classe trabalhadora, isso não será possível. Por isso é necessário que os sindicatos se unifiquem nessa luta, batendo com um punho só nos planos conservadores de restrição orçamentária e repressão ideológica.




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