Durante o último mês, professores do Magistério e do município de São Rafael/RN têm reivindicado o pagamento do Piso Salarial, fixado pelo Governo Federal em 33,24%. As negociações com o prefeito Reno Marinho (PL) não têm sido satisfatórias, tendo em vista que o mesmo coloca dificuldades para a realização do pagamento do reajuste, oferecendo apenas 14,58%.
sexta-feira 1º de abril de 2022 | 15:44
A categoria realizou assembleias gerais, havendo a decisão de propor o reajuste momentâneo de 16,62%, ao passo em que considera a análise das finanças municipais e a proposta de uma mesa de negociações periódica no intuito de alcançar o reajuste proposto pelo Governo Federal, pautando a importância da valorização dos profissionais da educação.
Em conjunto com o Magistério, servidores públicos reivindicaram o reajuste de 14,58%, de acordo com a reposição inflacionária de 2021. No momento foi decidido em Assembleia Geral Extraordinária que a categoria aceitaria parcialmente a proposta do prefeito de 10,16%.
Após o envio do projeto elaborado pelo magistério para a Câmara Municipal, os vereadores se reuniram com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Rafael (SINDSEP-SR) para avaliação e alteração do texto do projeto. Durante votação realizada na última segunda-feira (28/03), foi aprovada a proposta do reajuste de 16,62%, com a deliberação de que devem ocorrer reuniões mensais para tratar da gestão junto à Secretaria de Educação e bimestralmente para pensar a questão das receitas do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), no intuito de que ocorram aumentos periódicos do reajuste a fim de fechar o mês de dezembro em 33,24%.
É importante destacar que, embora haja a aprovação do reajuste pela metade e periódico ao longo do ano, não se observa um movimento do sindicato, que é dirigido pela CUT, no sentido de demandar o reajuste integral, mobilizar uma greve e se unir com as lutas dos professores no estado, por exemplo, que recentemente se enfrentaram com o governo de Fátima Bezerra (PT) e conseguiram o reajuste depois de uma greve de 16 dias. Não se vê nada no sentido de organizar pela base professores e professoras através de assembleias para que possa definitivamente conquistar o reajuste esperado. O sindicato não pode ficar esperando de braços cruzados achando que o reajuste total cairá do céu. Justamente num momento político de ataques aos direitos dos trabalhadores há a necessidade de organizar a luta por cada demanda.
A proposta segue sendo de negociações internas e isoladas, o que vai contra o princípio de unificação das lutas, enfraquecendo e tirando do horizonte a capacidade de conquistas da classe trabalhadora. Continuando então com a política de conciliação de classes historicamente defendida pelo PT que acaba por minar as forças das revoltas emergentes e seu potencial de transformação conjunta.
Nesse sentido, faz-se necessário pensar uma estratégia de unificação das lutas em curso, em conjunto com os enfrentamentos de professores que ocorrem em Minas Gerais contra Zema e Kalil, a greve dos garis no Rio de Janeiro, a atual deflagração de greve dos professores do município de Natal contra as políticas de Álvaro Dias, bem como todas as lutas em curso que dizem de uma só classe!