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ASSEMBLEIA DOS PROFESSORES | Professores aprovam estado de greve em assembleia marcada por agressão à secundaristas

Estudantes secundaristas comparecem em peso para demonstrar apoio à greve mas foram agredidos por bate-paus do sindicato ao tentar realizar um jogral que criticava a direção petista da APEOESP; apesar da aprovação do estado de greve, a APEOESP segue sem qualquer plano de luta para barrar os ataques dos governos.

domingo 10 de abril de 2016 | Edição do dia

A APEOESP, sindicato dos professores da rede estadual, realizou ontem, 8, uma assembleia para deliberar o posicionamento da categoria diante da ausência de previsão de aumento para os professores por mais um ano, o terceiro consecutivo. Em uma assembleia com cerca de 3 mil participantes, aprovou o estado de greve na categoria, que indica que a categoria pode entrar em greve a qualquer momento.

Mas apesar de acenar com a possibilidade de greve, Bebel e os outros burocratas do sindicato não propuseram qualquer tipo de plano de luta para viabilizar essa greve e a necessária luta contra os ataques dos governos estadual e federal. Sequer propuseram alguma proposta para uma luta séria contra o impeachment, apesar de gastarem muitas das suas falas para defender o governo ajustador de Dilma.

A pressa era justificada pois a APEOESP era esperada para um ato com Lula, chamado de “Encontro de Lula com educação”, onde puderam continuar fazendo o discurso de lutar contra o golpe sem fazer nada efetivamente de forma independente do governismo para barrá-lo.

A verdadeira luta pela educação esteve representada hoje a tarde nos milhares de professores que compareceram a assembleia e também nos estudantes secundaristas que compareceram em bom número para apoiar a luta independente dos professores e criticar tanto Dilma como Alckmin como inimigos da educação. Entretanto a burocracia mais uma vez mostrou seu caráter reacionário e reprimiu os estudantes quando esses tentaram falar no microfone.

Ao final da assembleia, os estudantes pediram o microfone para fazer uma fala e, quando pegaram o microfone, passaram para o conjunto dos estudantes que estava fora do carro de som pois alegavam querer fazer um jogral. Nesse momento o som foi cortado e os bate-paus (seguranças contratados para defender os burocratas) foram para cima dos estudantes, gerando um grande mal-estar entre os professores presentes.

Nós do MRT repudiamos fortemente essa agressão covarde a jovens menores de idade que buscam estar ao lado dos professores nessa dura batalha, assim como encontraram apoio em muitos professores quando ocupavam escolas contra a Reorganização proposta pelo Governo Alckmin. Apesar de defenderem algumas concepções autonomistas e um rechaço à legitimidade do sindicato, esses estudantes buscam unir-se aos seus educadores na luta e essa é melhor escola para debater-se as diferenças.

Mas parece que é precisamente a união desses setores que burocratas como Bebel querem evitar com a total ausência de medidas de luta e uma nova assembleia marcada somente para o dia 29 de abril, sem qualquer tipo de atividade para que a greve exista de verdade. Nenhum ato, nenhuma passagem nas escolas, nenhum panfleto, absolutamente nada.

Com isso a APEOESP se coloca como entrave não somente para barrar os ataques de Alckmin na esfera estadual mas também impede que surja uma luta viva e vibrante contra os ataques de Dilma e do governo federal, condição absolutamente necessária para que surja uma forte luta contra o impeachment da direita do qual eles tanto falam mas muito pouco fazem para barrar.




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