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CONTAGEM REGRESSIVA 8 DE MARÇO | Professoras do Pão e Rosas falam sobre a paralisação internacional de mulheres

Há poucos dias do 8 de março, professoras e professores também se prepararam para sua primeira assembleia do ano, em um cenário muito desfavorável para a educação brasileira, com diversos ataques à escola púbica.

Pão e Rosas@Pao_e_Rosas

quarta-feira 15 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

Por isso, a organização da categoria na construção de uma grande greve é muito importante ainda mais se somada as bandeiras das mulheres e sua luta contra o machismo, a misoginia e o racismo presentes em cada sala de aula e no conjunto da sociedade. Vejam os relatos e convites das professoras do Pão e Rosas:

Tatiana Malacarne, professora na Zona Leste de São Paulo

No dia 08/03, dia internacional da mulher, devemos levantar nossas bandeiras em defesa de nossas demandas e contra o governo golpista do Temer e todos os ataques em curso. Sou professora da rede estadual e neste dia o sindicato dos professores ( apeoesp) está chamando uma paralisação. Todas as professoras devem ir neste dia em defesa de nossos direitos, em especial contra a reforma da previdência que e um ataque ao conjunto da classe trabalhadora e principalmente das mulheres quando propõe igualar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres, A categoria de professores e majoritariamente feminina e como não é nenhuma novidade todos sabem que as mulheres em geral tem jornadas triplas tendo que trabalhar fora, cuidar da casa e dos filhos, por isso, devemos dar um grande exemplo de combatividade neste dia, mostrado para todos que não vamos nos calar diante desse governo machista, homofóbico e racista.

Lívia Tonelli – Professora da Rede Pública Estadual em Campinas

Começamos o ano com salas de aulas fechadas. Muitas professoras e professores não conseguiram atribuir turmas ou estão com a jornada de trabalho dividida em mais de três escolas por conta da reorganização escolar de Geraldo Alckmin (PSDB). Não bastassem as condições de trabalho cada vez mais precárias com turmas lotadas e falta de materiais didáticos nós fomos para o terceiro ano sem aumento salarial. Temer aprofunda esse ataque à educação com a “destruição da escola pública” que ele chamou de reforma do ensino médio, com a PEC 55 do teto dos gastos públicos que desvincula a educação do orçamento da união, com a reforma da previdência em uma categoria majoritariamente composta de mulheres o que significa que trabalharemos mais 15 anos dentro da sala de aula e as propostas de lei que censuram o debate na escola, tais como o Projeto Escola Sem Partido e a Emenda da Opressão. Tudo isso compõem o pacote de maldade de uma vida miserável que os golpistas querem nos oferecer. Não nos faltam motivos para construirmos uma grande luta e por fim a esses ataques de conjunto. No dia 8 de março precisamos parar as nossas escolas. Basta de ataque à educação! Sejamos centenas de milhares ruas lutando contra as opressões e por condições dignas de vida.

Luciana Vizzotto, professora da Rede Pública Estadual da zona oeste de São Paulo

Há muito tempo sentimos na pele, todos os dias em que entramos nas salas de aula, os efeitos de uma política nefasta contra a educação pública. Nosso bolso sente, nossas costas e cordas vocais sentem, nossa mente não se acalma. Nessa profissão, ocupada majoritariamente por mulheres, tão odiada por todos os governantes capitalistas, muitas de nós encontramos, por um lado, nossa paixão, mas também nosso desgaste. Esta é uma das facetas da precarização do trabalho, que tem rosto de mulher. Neste 8 de março nos reuniremos em assembleia da nossa categoria para debater nossas demandas e precisamos nos somar à paralisação de mulheres para dizer “basta” a toda a precarização do trabalho e da vida a que estamos submetidas apenas por sermos mulheres.

Ana Paula, Professora da Rede pública Estadual em Santo André

Neste 8 de Março, dia Internacional da Mulher, nós professoras e professores, teremos uma assembleia convocada pelo sindicato (APEOESP). A educação tem sido fortemente atacada pelos governos, em São Paulo pela inspirante atuação dos secundaristas a reorganização foi barrada. Em Curitiba os estudantes ocuparam as escolas contra a reforma do ensino médio, e a PEC 55 que congela os gastos públicos (saúde e educação por exemplo) até 2036, é muito importante paralisar todas as escolas neste dia. É fundamental que nossa categoria, composta majoritariamente por mulheres, que vivemos cotidianamente a opressão, o machismo, precarização, e as triplas jornadas de trabalho, exigirmos da burocracia que nossa assembleia se incorpore a um ato que está sendo convocado internacionalmente, para este dia Internacional da mulher, para barrar os ataques à educação, mas também exigir os direitos das mulheres, a exemplo do ato em Washington que reuniu 500 mil pessoas, com presença massiva de mulheres no ato de posse do machista, racista, xenófobo, Trump.




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