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MULHER E O CINEMA | Primeira Mostra “Mulheres e Cinema” discute feminismo no universo cinematográfico

No Memorial da América Latina, do dia 2 ao 5 de agosto, acontece a 1ª Mostra “Mulheres e Cinema”, que mostra filmes dirigidos por mulheres seguidos de mesas de debate sobre questões que cercam o feminismo e o papel da mulher, na sociedade e no cinema.

Lara ZaramellaEstudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

quarta-feira 3 de agosto de 2016 | Edição do dia

A mulher sempre teve seu papel no cinema secundarizado, muitas vezes sendo objetificada. Fosse como musa inspiradora, atriz sensual, companheira dos personagens homens, as mulheres por muito tempo passaram longe das posições criativas e protagonistas. Seu papel nos bastidores, muito longe do cargo de diretora ou roteirista, limitava-se no máximo à costureira, maquiadora e afins. Seu papel nas telas, muito longe de protagonistas ativas, baseava-se na ideia machista de mulher cuidadora do homem e do lar ou mulher promíscua e sedutora.

Ainda que o cinema seja uma arte que tenha sido apropriada pelo mercado e pela indústria e que reproduz uma visão machista do papel da mulher, enfatizando sua posição na sociedade, é também um dos vários campos antes negados às mulheres que aos poucos foi sendo preenchido por elas, por nós.

Nessa semana, entre terça e sexta feira, acontece a 1ª Mostra “Mulheres e Cinema”, no auditório da biblioteca latino-americana, sempre a partir das 19h, no Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo. Esse evento, chamado pelo coletivo Resistir com Arte, tem como objetivo mostrar 11 produções cinematográficas dirigidas por mulheres e discutir em mesas de debate o papel da mulher no cinema e na sociedade como um todo. A entrada é gratuita para que o acesso à Mostra seja para todos.

Tratando sobre temas feministas que aparecem – direta ou indiretamente – no cinema, as mesas de debate discutem sobre a violência contra a mulher, a representação da mulher na sociedade, o protagonismo da mulher negra, empoderamento, dentre demais. A produção conta com longas e curtas, em sua maioria não conhecidos pelas redes cinematográficas comerciais. As mesas contarão com convidadas ativistas feministas para debater sobre cada respectivo tema.

A arte possui papel político e revolucionário. Não podemos deixar que as indústrias se apropriem das manifestações artísticas com o objetivo de reproduzir e perpetuar valores opressores e conservadores. Nós mulheres procuramos e devemos ocupar os espaços políticos e artísticos. É nossa vez, portanto, de mostrar nossa arte.




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