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CRIME EM BRUMADINHO | Presidente da Vale falou em estado “impecável” das barragens

Em artigo publicado pelo jornal Valor econômico em abril do ano passado, Fabio Schvartsman afirmou em entrevista que o estado das barragens era “impecável” e “impressionante”

quarta-feira 30 de janeiro de 2019 | Edição do dia

Na matéria publicada em abril do ano passado Fabio Schvartsman afirmava, em um evento em São Paulo, que o negócio principal da Vale era a sustentabilidade e que esta estaria interligada entre as áreas ambiental, social e econômica da empresa essenciais para a sobrevivência da empresa.

Ainda sobre o desastre em Mariana, o executivo afirmou: "Logo que comecei na presidência, pensei como era o estado das barragens. Se houvesse outro acidente como o de Mariana [em Minas Gerais, quando uma barragem da Samarco cedeu e atingiu a região e o rio Doce], minha gestão seria curta" “Não sei se esse trabalho foi feito depois de Mariana ou se já era assim, mas hoje as barragens são impecáveis.

Logo a realidade veio à tona e vemos como Fabio Schvartsman não poderia estar mais errado.

O que sim é impressionante no crime ambiental em Brumadinho é a irresponsabilidade e hipocrisia com que os altos executivos e o presidente da Vale levaram a frente a política da empresa em se preocupar apenas com o lucro de seus acionistas, mantendo métodos mais baratos de armazenamento de rejeitos de mineração e que consequentemente ofereceram maiores riscos.

O crime ambiental de Brumadinho pode se tornar o maior acidente de trabalho do país e é um dos maiores desastres com rompimento de barragem de minério de ferro do mundo. Até o momento já foram confirmados 84 mortos e 276 pessoas continuam desaparecidas. Esta era uma tragédia anunciada e mesmo com as mortes e danos ambientais em Mariana três anos atrás a sede de lucro dos capitalistas foi implacável sendo responsável novamente pela morte de dezenas (número que tende a aumentar já que centenas ainda estão desaparecidos) de trabalhadores e moradores da região.

O desastre em Brumadinho reflete os impactos trazidos pela privatização da Vale, política esta que o governo Bolsonaro quer estender para outras empresas estatais. Lutar pela reestatização da Vale e barrar a privatização das estatais, que os trabalhadores controlem e administrem, em aliança com a população, os serviços públicos e estratégicos do país é a única forma de acabar com a ganância capitalista responsável pelas mortes e saques das riquezas que deveriam estar à disposição da maioria da população.




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