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AJUSTE | Presidente da Caixa anuncia intenção de cortar 11 mil funcionários

O banco público planeja abrir um novo Plano de Apoio à Aposentadoria em 2017, com uma meta que representa uma redução de cerca de 11% do total de funcionários. Além disso, o banco pretende seguir com a reestruturação, ameaça de enxugamento e provável fechamento de agências ditas deficitárias, entre outras medidas que pretendem colocar a Caixa no rumo para a privatização.

terça-feira 22 de novembro de 2016 | Edição do dia

Após participar de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social junto a outros representantes do empresariado nacional, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afinou o discurso do ajuste pra cima dos trabalhadores e anunciou que pretende cortar cerca de 11 mil funcionários e, embora tenha dito que não pretende fechar agências, admitiu a possibilidade de avaliar o fechamento de cerca de 100 que, segundo ele, estariam deficitárias. Além disso está no horizonte próximo a concretização da abertura de capital da Caixa Seguros e da Loteria Instantânea.

Seguindo o argumento do BB, a Caixa se apoia na crescente adesão dos clientes aos meios digitais para justificar que a estrutura de atendimento que existe hoje muito em breve não será mais necessária. Já extinguiu a função gratificada de caixa e pretende seguir a reestruturação para voltar o atendimento prioritariamente aos negócios, e junto com corte de funcionários e provável fechamento de agências aprofundar a exclusão de uma grande parte da população que precisa do atendimento presencial, seja para transações bancárias, seja para acessar serviços relacionados ao FGTS, PIS, Bolsa Família e Seguro-Desemprego.

Fruto da expansão precarizada promovida pelos governos do PT, a Caixa hoje chega em todo o território nacional com mais de 80% de sua rede de atendimento terceirizada: são cerca de 4,2 mil agências para quase 25 mil lotéricos e correspondentes bancários. No BB, acontece algo parecido, mas a precarização se dá utilizando outra estatal, os Correios, via Banco Postal. Mas tudo isso ainda não foi suficiente nos governos do PT e tampouco o é para o governo golpista de Temer.

Este anúncio do presidente da Caixa, junto com a reestruturação do BB anunciada para animar acionistas na sanha pelos seus dividendos, vão concretizando um cenário que começou a ser montado nos governos do PT e agora vai ganhando outras proporções e velocidades no governo golpista de Temer, onde as empresas estatais e de economia mista representam um dos flancos para garantir um fundo de reserva pronto a ser oferecido aos credores da dívida pública brasileira e aos grandes empresários, cortando na carne dos trabalhadores.

Um exemplo bem concreto disso é o fato dos calotes bilionários de grandes empresas como a Oi e a Sete Brasil terem sido descontados nos balanços contábeis dos 2 bancos públicos nacionais, Caixa e Banco do Brasil que, por sua vez, querem cortar postos de trabalho, fechar agências, ampliar a terceirização, arrochar salários, assediar mais por metas, atacar direitos para “reequilibrar” as contas e deixá-las disponíveis para o próximo socorro financeiro. Os bancos foram dóceis com esses calotes bilionários, mas vai o trabalhador atrasar a prestação da casa ou do consignado pra ver o que acontece...

Enquanto isso, as centrais sindicais CUT e CTB que dirigem os principais sindicatos do país, tanto de bancários como de trabalhadores de outras estatais, seguem em sua paralisia, apostando apenas em movimentações de cúpula, sem construir a organizações entre os trabalhadores que estão passando diretamente por isso. Sem descer de seus palácios de marfim, esses dirigentes da burocracia sindical são mais um obstáculo que os trabalhadores precisam enfrentar pra não ver seus direitos escoando pelo ralo.

A única resposta que pode estar à altura de barrar esses pacotes de maldades é começar a construir ações que possam unificar por baixo as lutas nos diferentes bancos e nas estatais, derrubando as divisões impostas pelas direções sindicais. Aos bancários da Caixa, é importante que tomemos medidas de apoio e defesa dos trabalhadores do Banco do Brasil, pois isso nos fortalecerá de conjunto para enfrentar as medidas de reestruturação e privatização que afetará tanto aos trabalhadores como à população.




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