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BRASIL CHINA | Premiê da China chega ao Brasil com pacote de acordos multimilionários

terça-feira 19 de maio de 2015 | 00:30

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, será recebido nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, um encontro que deve concretizar acordos de US$ 50 bilhões entre os dois países, incluindo importantes projetos de alcance regional.

O Brasil será a primeira escala de um tour que inclui também visitas do primeiro-ministro à Colômbia, Peru e Chile. A viagem reforçará o caráter estratégico da América Latina para a China, que pretende elevar seus investimentos na região em US$ 250 bilhões na próxima década.

Li será recebido amanhã com honras de chefe de Estado por Dilma, com quem, segundo anunciaram fontes do governo, assinará mais de 30 acordos bilaterais que podem somar US$ 50 bilhões em negócios e investimentos em vários setores da economia brasileira, como nas áreas de agricultura, aeronáutica, peças para automóveis, eletricidade, equipamentos de transporte, estradas, portos, energia, siderurgia, entre outros.

Um desses pactos representa o início do processo de venda de 60 aviões da Embraer a duas companhias aéreas chinesas, aquisição definida em meados do ano passado, durante uma visita do presidente da China, Xi Jinping, ao país.

Também serão firmados convênios de cooperação no setor ferroviário, que podem abrir as portas para investimentos multimilionários chineses no país, uma área que Dilma colocou como o centro de seus planos de infraestrutura para os próximos anos. De olho nas privatizações que Dilma pretende continuar promovendo no setor, os chineses esperam conquistar posições estratégicas na economia brasileira.

Um dos projetos ventilados tem amplitude regional: a construção de uma ferrovia entre a costa atlântica do nordeste do Brasil e os portos peruanos do Oceano Pacífico.

O governo federal pretende, além disso, concluir as longas negociações para a reabertura do mercado chinês para a carne brasileira, limitadas desde o fim de 2012 quando foi registrado no país um caso atípico do mal da "vaca louca".

Dilma também explorará com o primeiro-ministro possíveis alternativas para aumentar o comércio com a China, que se mantém como o maior parceiro do Brasil no mundo, mas com um fluxo de negócios que reduziu 6% em 2014, quando chegou a US$ 78 bilhões.

A tendência de retração, que contribuiu com o déficit comercial de US$ 3,93 bilhões do Brasil no ano passado, se manteve nos primeiros meses de 2015 e preocupa o governo, que aposta nas exportações para ajudar a abalada economia do país.

Após a passagem por Brasília, Li irá ao Rio de Janeiro, onde na quarta-feira conhecerá as instalações do metrô, que usa trens chineses, e visitará uma feira de equipamentos chineses.

Depois, o primeiro-ministro chinês viajará à Colômbia, segunda escala do tour sul-americano que terá sequência no Peru e será encerrada no Chile, países que, junto com o México, integram a Aliança do Pacífico.

Estes novos acordos econômicos entre e Brasil e China reforçarão ainda mais as crescentes relações comerciais do país asiático com a América Latina. Acordos similares foram assinados recentemente entre chineses e nossos vizinhos argentinos. Ao fim desta década, se estima que o montante de negócios entre América Latina e China ultrapasse a casa dos R$500 bilhões.

Muitos governos latino-americanos utilizam a transformação rápida na relação com o país asiático para fazer demagogia ao afirmar que representa o fim da dependência da região frente aos Estados Unidos. O que esquecem de dizer é que essa nova relação não se dá de maneira equilibrada, já que os novos negócios aumentam ainda mais a primarização das economias latinos americanas. Enquanto a América Latina fornece em geral matérias primas à China, os produtos chineses invadem nossos mercados, provocam a crise de diversos setores industriais na região e avançam no controle de setores estratégicos de nossas economias, como a infra-estrutura.

Apesar disso, diversos setores estratégicos da economia brasileira continuam nas mãos do imperialismo americano e europeu. Ou seja, é cada vez mais maior a dependência da economia em relação as potências capitalistas, sejam imperialistas ou aspirantes a tal.

Fonte: EFE/ED


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