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CRISE | Prejuízo da Casas Bahia: mais um símbolo do lulismo em xeque

Dona do site Casas Bahia, a Cnova, braço de comércio eletrônico do varejista francês Casino e que reúne no Brasil sites de redes como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, teve um aumento de 248% no prejuízo no segundo trimestre. A receita da empresa recuou 19,4% de abril a junho, para 665,3 milhões de Euros (fonte: Valor). Será esse mais um símbolo do “fim de ciclo” lulista?

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quarta-feira 27 de julho de 2016 | Edição do dia

Diferente dos anos do chamado ciclo lulista, a crise econômica e o aumento do desemprego impõem um rebaixamento da condição de vida das massas, que não vive mais a aparente ascensão social vivida nos anos em que o crescimento econômico ainda era realidade nacional. Assim, o uso do crediário para comprar determinados bens de massa, um dos símbolos inquestionáveis do chamado lulismo, mostra que já não está presente na mesma intensidade na vida dos brasileiros com tamanho prejuízo que atinge a empresa.

Sem o vento soprar mais a favor da economia e o Brasil imerso na crise capitalista, a ilusão de ascensão social harmônica de setores de massas chega ao fim, deixando mais latente as contradições do capitalismo e a falácia das saídas que apontavam no sentido da conciliação entre as classes.

Esse projeto, que foi o porta estandarte do projeto petista que dizia governar para ricos e pobres, começa a ruir. Isso porque, se foi possível ao longo de alguns anos de maior crescimento econômico, com aumento do crédito por via da ampliação dos postos de trabalho precário, gerar a ilusão de que não havia mais luta de classes, essa realidade chega ao fim quando a crise passa a ser descarregada nas costas dos trabalhadores e da população.

O principal executivo da varejista francesa Casino, Jean-Charles Naouri, segue os ensinamentos do antigo dono do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, que já afirmou que “ama as crises” pelo fato de que seus grupos cresceram em momentos de turbulência. Como empresários e capitalistas que são, sabem bem que momentos de crise, com o maior desemprego e demissões, também servem para rebaixar o salário dos trabalhadores.

Assim, chegada e instalada a crise no Brasil, os milhões de euros ganhos nos anos do lulismo não é repartido socialmente pelas empresas Casino e Cnova. Apenas é repartido socialmente os prejuízos das grandes empresas, como no caso também a gigante rede das Casas Bahia.

Por isso apenas uma saída dos trabalhadores, que supere os projetos de conciliação de classes, pode dar uma resposta para que sejam os capitalistas a pagarem pelas crises que eles mesmos criaram.




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