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DESIGUALDADE | Prefeitura de Doria, para ricos e empresários, aumentou desigualdade na cidade de SP

Sob gestão de João Doria (PSDB), quase metade dos indicadores de desigualdade da cidade de São Paulo pioraram, aponta pesquisa.

quinta-feira 29 de novembro de 2018 | Edição do dia

foto: reprodução/Globo

Segundo balanço da Rede Nossa SP, 9 dos 19 índices de desigualdade analisados registraram aumento em 2017, primeiro ano da administração de João Doria na prefeitura, no comparativo com 2013 (primeiro ano da gestão anterior). Dois índices se mantiveram constantes e 8 índices apresentaram melhora. Doria deixou o cargo em abril deste ano para concorrer ao governo do estado, para o qual foi eleito. Bruno Covas (PSDB), vice-prefeito, assumiu o posto desde então. A prefeitura ainda não se pronunciou sobre os dados.

“O mapa [da desigualdade] revela que há uma sobreposição de desigualdades. Nas regiões da periferia, onde você tem menor acesso à cultura, educação e saúde básica, é justamente nessas regiões onde você também vai ter um menor acesso a empregos formais, a uma melhor renda e você também vai ter uma maior dificuldade em ter um tempo médio de vida maior”, explica Américo Sampaio, gestor da Rede Nossa São Paulo.

O índice mais alarmante, reflexo da política tradicional do PSDB de desmonte da saúde pública, é o da proporção de leitos hospitalares disponíveis para cada mil habitantes. Esse número, em 2017, atingiu 48,42 na região de Bela Vista, enquanto chegou a míseros 0,04 em São Rafael, na Zona Leste da capital. Ou seja, o índice de desigualdade nesse caso, é de 1251 (em Bela Vista há 1251 vezes mais leitos hospitalares por mil habitantes do que em São Rafael). Outros índices que pioraram foram: acidentes com bicicleta, mortes no trânsito, unidades básicas de saúde, número de centros culturais e de teatros, baixo peso ao nascer, mortalidade materna e número de telecentros.

A precarização da saúde não é o único ataque que os trabalhadores e a população pobre podem esperar do futuro governador de São Paulo. Apoiador declarado de Jair Bolsonaro, João Doria disse em coletiva de imprensa que vai oferecer “os melhores advogados pagos pelo Estado” para defender PM que matar “suspeitos” durante o serviço.

Ainda se espelhando na política assassina do presidente eleito, Doria indicou o general da reserva João Camilo Pires de Campos para assumir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em 2019, cargo que não era ocupado por um militar desde a Ditadura Militar.

Essa política reforça o equívoco de que o problema da segurança pública deve ser combatido com aumento da força repressiva do Estado. A intensificação da “guerra às drogas” nas periferias (que na verdade é uma “guerra aos pobres”) e o aumento da autonomia policial para matar, são políticas que promovem o assassinato da juventude negra e periférica e o crescimento da desigualdade social, ao invés de diminuir a violência.

Leia também: 7 argumentos contra o tucano João Doria, o gestor que odeia os trabalhadores

Na área econômica, Doria dá indícios de que sua “gestão” no governo (como ele mesmo gosta de falar) não tratará a desigualdade social como prioridade, assim como fez na prefeitura de São Paulo. O tucano anunciou que vai implementar um amplo programa de privatizações, parcerias público-privadas e concessões para rodovias, portos, aeroportos regionais e balsas.

“São Paulo tem força e capacidade, precisamos trazer investimentos externos para o Brasil e há interesse, agora que o Brasil está dentro de um regime liberal de economia”, afirmou.

Com esse discurso, Doria pretende difundir a grande mentira de que privatização é a melhor solução para os trabalhadores, enquanto esconde que essa política visa sucatear os serviços públicos, aumentando o abismo social que separa a população carente de uma condição de vida digna.

Contra isso, é preciso romper com a paralisia das grandes centrais sindicais, como a CUT e a CTB, e das centrais estudantis como a UNE. Devemos tomar como exemplo o ato histórico que professores e servidores de São Paulo fizeram com milhares de pessoas contra a Reforma da Previdência de João Doria em março deste ano, obrigando-o a adiar a votação da reforma.

Esse exemplo mostra que somente com a consolidação de uma frente única operária, em unidade com a juventude e os estudantes, é que podemos barrar e revogar os ataque aos trabalhadores, como a Reforma Trabalhista, e fazer com que os capitalistas paguem pela crise.




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