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Prefeitos de seis capitais citados em delação da Odebrecht

Seis prefeitos de capitais foram citados nas delações da Odebrecht, como os acusados municipais não detêm prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), os depoimentos dos delatores foram enviados a outras instâncias pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no (STF).

Grazi RodriguesProfessora da rede municipal de São Paulo

quarta-feira 12 de abril de 2017 | Edição do dia

Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Os prefeitos citados são os de Salvador, ACM Neto (DEM), de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), de Vitória, Luciano Rezende (PPS), de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), de Teresina, Firmino Filho (PSDB), e de Macapá, Clécio Luís Vieira (Rede).

Salvador

Sobre ACM Neto, as delações de André Vital Pessoa de Melo e Benedicto Barbosa da Silva Júnior apontam repasses "por meio de vantagens a pretexto de contribuição eleitoral não contabilizada".

O caso aconteceu 2012, quando ACM Neto venceu as eleições da capital baiana. Neste caso, os depoimentos serão enviados para o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF1), em Brasília. A Corte federal tem jurisdição na Bahia, inclusive.

ACM Neto nas eleições de 2016, foi o político mais votado dentre todas as capitais do país, eleito em primeiro turno com 74% dos votos. Sua citação nas delações da Odebrecht coloca em questão não só a sua popularidade, como também um dos polos políticos mais fortes da Direita em todo país.

Manaus

O prefeito da capital amazonense, Arthur Virgílio Neto, teria sido beneficiado "a pretexto das campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012".

Em 2010, quando concorreu ao Senado, Virgílio teria recebido R$ 300 mil, por meio do "departamento de propina" da Odebrecht.

Repasses também teriam sido realizados em 2012, na corrida à Prefeitura de Manaus. Os depoimentos também serão encaminhados ao TRF1.

Vitória

Os repasses a Luciano Rezende estão nos depoimentos de Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Sérgio Luiz Neves. Eles implicam não só o prefeito de Vitória, mas também o ex-governador do Espírito Santo José Renato Casagrande (PSB) e o ex-assessor Paulo Brusque.

Segundo os delatores, os pagamentos totalizaram R$ 2,3 milhões, no âmbito das campanhas eleitorais dos anos de 2010, 2012 e 2014 Neste caso, os documentos serão apresentados ao Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2), sediado no Rio e com jurisdição no Espírito Santo também.

Goiânia

O prefeito da capital goiana, ex-governador de Goiás Iris Rezende teria recebido R$ 300 mil em caixa 2, na campanha eleitoral de 2010. As informações constam da delação dos ex-executivos da empreiteira João Antônio Pacífico Ferreira, Ricardo Roth Ferraz de Oliveira e Benedicto Barbosa da Silva Júnior. Os depoimentos serão encaminhados à Justiça de Goiás.

Teresina

O delator Alexandre José Lopes Barradas, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, afirmou que foram pagos R$ 500 mil a Firmino Filho, prefeito da capital piauiense. Os pagamentos "a pretexto de doação eleitoral" teriam ocorrido em 2012, quando o tucano foi eleito prefeito pela terceira vez.

Macapá

Segundo a Procuradoria-Geral da República, o executivo Alexandre José Lopes Barradas relatou o pagamento em caixa 2, no valor de R$ 450 mil, no âmbito da campanha eleitoral de Clécio Luís Vieira à prefeitura da capital do Amapá em 2012. Na época, o político era filiado ao PSOL e foi eleito. Clécio se reelegeu em 2016, desta vez como candidato da Rede Sustentabilidade. O depoimento será enviado ao TRF1, em Brasília.

Tanto a Lava Jato, quanto o Judiciário não são a saída para os problemas de corrupção e nem para o fim dos privilégios dessa casta política de nosso país. O STF que frequentemente busca aparecer como “herói” brasileiro, faz bom uso dos privilégios dos políticos que condena, mantendo os super-salários de juízes como Sergio Moro e do próprio Ministro Edson Fachin, enquanto estes conduzem as investigações de acordo com seus próprios interesses e alianças políticas. Tanto que só vazam as informações e denúncias que estes desejam, mantendo os acordos e negociatas debaixo dos panos.

Ante a Lava Jato a saída pra os trabalhadores só pode vir de uma organização pela base, organizando cada local de trabalho e estudo para lutarmos pela implementação de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, pondo fim a toda casta política na qual não confiamos e em todos os seus privilégios. Assim como exigimos que todos os casos de corrupção sejam levados à jurí-popular e nenhuma informação permaneça protegida pelo STF para blindar qualquer político, e se constatados os casos, que todos os bens sejam confiscados e nenhuma conta seja despejada nas costas dos trabalhadores.




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