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PANDEMIA | Prefeitos da região do ABC paulista dizem para população não encher hospitais

A região do ABC registrou a maior média móvel diária durante a pandemia: nos últimos sete dias foram 4,57 mortos/dia, um aumento de 101,67% em relação à média de duas semanas atrás. Com essa alta, o sistema de saúde de várias cidades estão saturados, com a ocupação dos leitos de UTI em torno de 90%. Em Ribeirão Pires duas pessoas já morreram na fila de espera de UTI. Frente a isso, os prefeitos de Ribeirão Pires e de São Bernardo do Campo alegaram que agora é a população que não deve ficar enchendo os hospitais com casos que não sejam de urgência. Um completo absurdo!

quinta-feira 11 de março de 2021 | Edição do dia

Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com essas 64 vidas perdidas na terça-feira (9), a região acumula agora 5.038 mortos durante a pandemia. Foram também registrados 836 casos de coronavírus em 24h no ABC, registrando um total durante toda pandemia de 142.818 casos.

Últimas notícias: A ’gripezinha’ que Bolsonaro fala levou hoje 2286 vidas e a fila por leitos só aumenta.

O grande aumento de casos e mortes por Covid-19 nas últimas semanas faz com que o sistema de saúde de várias cidades do ABC paulista fique saturado. Ribeirão Pires está com ocupação de 100% dos leitos de UTI para Covid-19. Em Diadema, Santo André e São Bernardo as taxas de ocupação estão em torno de 90%, com 94%, 92,5% e 86,7% de ocupação respectivamente.

Por conta dessa aproximação de total colapso do sistema de saúde na região, os prefeitos de Ribeirão Pires e de São Bernardo declararam, por meio de vídeos, que a população deve evitar ir aos hospitais caso não seja uma emergência. "Hoje Ribeirão Pires entrou em colapso, ou seja, nós não temos mais condições de manter pessoas contaminadas com Covid dentro da UPA. Nós não temos mais vagas no hospital de campanha... Quem tem alguma doença aparente, não vá a UPA." disse o prefeito de Ribeirão Pires.

Uma completa falta de respeito com a população. Como uma pessoa saberá com certeza se o caso dela não é de emergência? Onde então uma pessoa que deve buscar por ajuda quando não sabe o que tem? Tantas mortes acontecem com pioras da noite para o dia, como as pessoas podem ter a garantia de testes para poderem se cuidar ou até ter a possibilidade de ter afastamento do trabalho? Como vão proteger suas famílias sem não puderem fazer um teste em um hospital?

Ribeirão Pires registrou recentemente duas mortes por Covid-19 na fila de espera por um leito. O primeiro óbito foi de um homem de 81 anos no dia 1º de março, e o segundo, uma mulher de 60 anos, que faleceu no domingo. Ambos estavam cadastrados na Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde), sistema do governo do Estado que busca vagas em hospitais da região.

Segundo as prefeituras da região do ABC, mais 79 pessoas estavam nesta situação, em leitos provisórios à espera de vagas de UTI pela Cross, sendo 37 em São Bernardo, 17 em Diadema, 17 em Mauá, seis em Rio Grande da Serra e duas em Ribeirão Pires.

Essa situação mostra como os governos, seja federal, estadual ou municipal, não aplicaram de fato um plano racional e efetivo para conter a pandemia. O sistema de saúde brasileiro está entrando em colapso, enquanto a vacinação ocorre de maneira muito lenta e os governadores abandonam os trabalhadores e a classe mais pobre a própria sorte para poder garantir a exploração e os lucros dos mais ricos.

Veja aqui declaração do MRT - Entre recordes de mortes por Covid, de desemprego e de ataques: só nossa classe pode impor uma saída de emergência




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