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CAPITALISMO FALIDO | Povo padece por um mosquito; políticos burgueses ‘articulam’

Enquanto os casos de microcefalia se espalham pelo país, e o ministro da saúde reconhece ter perdido o controle do mosquito da dengue e zika vírus, a política burguesa segue mais preocupada com a estabilidade de seus conchavos e a imagem do país no exterior

quarta-feira 27 de janeiro de 2016 | 02:26

Apenas nos 25 primeiros dias deste ano foram notificados 3 954 casos suspeitos de dengue no Estado do Rio de Janeiro. A estatística foi divulgada nesta terça-feira, 26, pela Secretaria de Saúde, que usou dados prestados pelos municípios de todo o RJ. Neste ano, houve um aumento de 53% com relação a 2015.

Ao longo de todo o ano de 2015 foram 69.516 casos suspeitos de dengue apenas no RJ, com 23 óbitos.

Preocupação com carnaval e Olimpíadas
A repercussão internacional das epidemias de zika e dengue fez com que os jornalistas estrangeiros fossem maioria na entrevista convocada pela Prefeitura do Rio para divulgar a pulverização com inseticida durante o carnaval.

Os correspondentes internacionais insistiram nas perguntas sobre as medidas de proteção contra o vírus zika, e até mesmo se o Brasil país perdeu mesmo a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, como declarou na segunda, 25, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB).

Questionaram também da possibilidade de ajuda do Exército para o combate ao mosquito durante a Olimpíada, em agosto, e se o inseticida utilizado é tóxico para humanos.

A agência EFE destacou que a propagação do zika levou o governo federal a declarar estado de emergência sanitária, ao constatar a relação da doença com a microcefalia.

O triste consolo do representante da prefeitura carioca foi afirmar que o RJ “estava no top de números de casos, agora está atrás de São Paulo e Goiás".

Governador Pezão anuncia novos cortes

Enquanto isso, alegando um déficit de R$ 16,8 bi no ano passado, o governador do RJ, Luiz Fernando Pezão, afirmou que anunciará novos cortes, e que a saúde já perdeu R$ 1,2 bilhão.

Após reunião com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, Pezão afirmou que o prefeito carioca, Eduardo Paes, irá assumir dois hospitais e um montante de R$ 500 milhões, que deixarão de fazer parte das contas do Estado.

"Nós já voltamos aos níveis de custeio de 2009", disse Pezão. Num supremo esforço para mostrar algum otimismo, afirmou ainda que "Estamos vendo as perspectivas para sair dessa dificuldade".

Governo de São Paulo mascara taxas de nascidos com microcefalia
Ao contrário da orientação do Ministério da Saúde, de informar o número total de casos de bebes nascidos com microcefalia, o governo de SP informou apenas 18 casos nos quais as mães tiveram suspeita de estar com zika vírus. Esta omissão do total de casos de microcefalia demonstra um interesse do Estado de encobrir a realidade de uma epidemia que também atinge São Paulo.

Temer defende ministro da Saúde
O presidente em exercício, Michel Temer, disse nesta terça-feira, 26, que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, "merece" continuar no comando da pasta.
Temer, entretanto, evitou comentar as recentes declarações polêmicas do ministro, como a que o governo estava "perdendo feio" a guerra contra o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. "Isso é uma questão da Saúde", afirmou. Questionado se o ministro continuava firme e forte no cargo, Temer respondeu: "Eu acho que ele merece".

Apesar de reconhecer que as últimas declarações do ministro da Saúde foram "infelizes" e que o ministro pode cair "pela boca", a presidente Dilma Rousseff ainda não trabalha com a possibilidade de demiti-lo, segundo interlocutores do Planalto. A avaliação inicial é de que a costura política para que Castro chegasse à Pasta foi difícil e ainda não houve tempo hábil para que ele faça seu trabalho no Ministério.

Castro chegou ao governo como uma indicação do deputado Picciani do PMDB, que agora trabalha para permanecer na liderança do partido. Para o Planalto, a permanência de Picciani pode ajudar a frear o processo de impeachment.




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