Em evento promovido pelo Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, estudantes e militantes do movimento negro colaram imagens de artistas, intelectuais, ativistas e de momentos que expressam a história dos negros nas paredes do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.
segunda-feira 1º de agosto de 2016 | Edição do dia
Uma das paredes principais do IFCH já tinha sido coberta com imagens de artistas e intelectuais negros, em respostas às pixações racistas que ocorreram no inicio do ano. Essa segunda atividade acontece em meio à uma greve histórica na Unicamp, que questionou com muita força o racismo dentro da Universidade e que tem como pauta central a luta pela implementação das cotas raciais.
O evento no Facebook conseguiu reunir um grande número de postagens e de informações sobre personalidade e momentos da história social dos negros no Brasil e no mundo, surpreendendo até mesmo os próprios participantes, um dos rostos colados foi o de CLR James, um grande intelectual de Trinidad e Tobago, que escancarou em seus escritos a função histórica e social da escravidão e da opressão aos negros, autor de “Os jacobinos negros” um importante retrato de uma das maiores revoltas da história dos explorados, a Revolução haitiana.
C. L. R. James
Outra importante figura foi Harriet Tubman, uma mulher que fugiu dos horrores da escravidão no Sul dos Estados Unidos para viver no Norte, com a ajuda de uma família abolicionista. Harriet, nascida em 1822, foi uma importante abolicionista, voltou ao Sul para ajudar na fuga de familiares e amigos e acabou contribuindo missões de fuga que salvaram da escravidão dezenas de pessoas, o que também contribuiu com as rotas de resgate antes da Guerra de Secessão. Harriet produziu um livro onde foi pioneira em discussões importantes, como as denúncias do estupro na escravidão. Ela também foi uma militante dos direitos civis, sufrágio universal e recentemente foi a “favorita” numa campanha que busca colocar rostos de mulheres nas notas de 20 dólares.
Harriet Tubman
Atividades como essas, são muito importantes e devem ser sempre impulsionadas, conhecer a história social dos negros e negras é fundamental no combate ao racismo e o elitismo dentro da Universidade, e numa perspectiva de conhecimento que não seja a história dos dominantes, mas sim a daqueles que sempre resistiram e se rebelaram bravamente contra a ordem social vigente e as misérias impostas pelo racismo.
