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SP: GREVE DOS PROFESSORES E SERVIDORES MUNICIPAIS | Por uma forte campanha contra o ataque de Covas ao direito de greve dos servidores de SP

terça-feira 12 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

A cada dia percebemos que a situação dessa nossa greve é a mais dura que enfrentamos nas últimas décadas, não apenas porque estamos tentando reverter um ataque já aprovado, mas porque enfrentamos também a decisão do novo governo Bolsonaro de despejar a crise em nossas costas, junto aos governos locais como Doria e Covas, com o apoio da mídia golpista e manipuladora, que esconde a nossa mobilização, e do judiciário arbitrário, que acaba de condenar Lula a 12 anos de prisão e quer legalizar o assassinato em massa da juventude pela polícia.

Querem que trabalhemos até morrer e sem direitos, por isso os serviços públicos que atendem a população não passam de gastos com contínuas ameaças de completo desmonte e das intenções de privatização de todas áreas, mas principalmente saúde e educação. Parte das estratégias para acabar com a educação pública são as reformas que buscam destruir o ensino médio, o currículo crítico com as novas BNCCs, impedir o debate sobre gênero e sexualidade, além do absurdo Escola sem Partido, que chama a filmar e assediar os professores, e os diversos ataques as condições de trabalho dos profissionais da educação.

Como representante desse projeto, Covas adotou uma postura de intransigência, em primeiro lugar aprovando o projeto entre o Natal e o ano novo, e agora ignorando completamente todas as famílias dos servidores e dos que necessitam das escolas, hospitais e serviços públicos, e que nesse momento estão sem atendimento, já que o prefeito do PSDB sequer sinaliza negociar, levando os servidores a terem que manter o movimento grevista municipal. Mais do que isso, de forma totalmente absurda ameaça cortar o ponto e anunciou a contratação de professores substitutos para retirar o direito de greve. Covas não se importa com a população e o funcionalismo, que todos os dias batalha e dedica suas para oferecer o melhor atendimento possível, apesar dos desmandos dos governos.

É preciso uma denúncia forte e decidida das ameaças contra o direito de greve que Bruno Covas faz nesse momento da greve do servidores municipais, justamente por ferir um direito elementar e histórico dos trabalhadores, mas também por ser deliberadamente pensado para abrir caminho e precedentes para as lutas futuras que enfrentaremos no país contra a reforma da previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes.

Essa medida autoritária esta embasada em uma decisão do reacionário judiciário, pela via do STF, que no ano passado autorizou a contratação de “fura greves” para cobrir as greves no funcionalismo público, bem como cortar o ponto dos trabalhadores que aderem a greve. Não é surpresa para ninguém que o judiciário golpista tome posições como essa e que os governos passem a querer implementar para tentar educar os trabalhadores na sua rédea curta.

Não podemos permitir que na maior cidade do país, que recebe uma das mais fortes lutas dos trabalhadores em curso no país, se implemente um ataque tão gritante o direito constitucional da população de se manifestar e de organizar em suas categorias greves por suas demandas legitimas.

Os sindicatos, não só do funcionalismo público municipal de São Paulo, como SINPEEM e SINDSEP, devem buscar reunir a maior força possível em contato com os partidos de esquerda, os movimentos sociais e lançar uma campanha gigantesca pelo país a fora contra os ataques de Covas ao direito de greve em São Paulo. É imprescindível que se convoque diversas categorias com o objetivo de defender o direito das professoras, professores, servidoras e servidores municipais de lutarem contra o confisco de seus salários.

A mais ampla campanha de solidariedade, de diversos setores da sociedade, a luta dos professores e servidores pode passar a confiança e a força necessária para reverter esse ataque. O SINPEEM, que esta a frente de uma categoria de 100 mil trabalhadores precisa ser o mais decidido por agitar e convocar essa campanha e usar toda a estrutura do sindicato divulgando para a população a situação da greve em São Paulo, chamando a comunidade escolar e aos trabalhadores que é preciso vencer Bruno Covas para garantir o direito a saúde, educação e o direito de questionar as medidas e ataques que os governantes aplicam em todas as categorias para despejar nas nossas costas os custos da crise.

Assim como os sindicatos, o PSOL, que durante toda a batalha contra o SAMPAPREV se posicionou de forma firme ao lado dos servidores precisa utilizar seus parlamentares nacionalmente para evidenciar essa denúncia de ataque ao direito de greve em São Paulo, levantando uma ampla campanha de solidariedade nas redes e em todos os veículos de comunicação, mas também chamando os demais partidos de esquerda e que se denominam oposição, os movimentos sociais, além de exigir das centrais sindicais que se coloquem no campo dos que irão defender o direito dos trabalhadores de lutar por suas demandas, principalmente quando são para não trabalhar até morrer e ter seus salários confiscados, como é o SAMPAREV.

A greve é um momento duro para todos nós, que estamos ao lado das mães e pais que precisam trabalhar e que, como nós, sofrem as consequências da crise econômica, da reforma trabalhista e dos ataques ao direito de aposentadoria. Mas sabemos também que as mulheres mães e trabalhadoras, sabem exatamente a situação que as professoras tentam todos os dias ensinar seus filhos. Sabe exatamente a pressão em que os funcionários das unidades de saúde pública trabalham, e sendo assim entenderão porque não seria normal que professores e funcionários aceitassem que agora o governo parta para o extremo de confiscar parte de seus salários, dizendo que não tem dinheiro para pagar as aposentadorias, enquanto os vereadores e os altos cargos do governo continuam ganhando milhões e se aposentando “muito bem, obrigado!”. Por isso estarão ao nosso lado.

Precisamos de uma ampla campanha por parte de nosso sindicato em todos os meios de comunicação massivos mostrando a intransigência do governo e chamando toda a população pela qual lutamos!

Assim podemos disputar a opinião pública, mostrar que nossa greve é para revogar o SAMPAPREV, mas também contra a reforma da previdência de Bolsonaro e Doria, e em defesa da educação, das mães trabalhadoras, dos jovens e das crianças. Conquistando essa aliança com a população podemos ter a força necessária, com a garra de nossas mulheres a frente, para barrar mais esse ataque às nossas aposentadorias.




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