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RECEPÇÃO DE CALOURES UFMG 2021 | Por uma UFMG para todes e uma sociedade sem classes: conheça a Faísca

Somos parte dos jovens que se levantam em todo mundo, da Colômbia a Mianmar, do Black Lives Matter à luta do povo Palestino. Somos parte dessa geração que sabe que o capitalismo só nos reserva misérias. Queremos construir um novo mundo, em todos os seus aspectos. Queremos ser a faísca que levanta a chama da revolução dos trabalhadores.

quinta-feira 20 de maio de 2021 | Edição do dia

CONHEÇA A FAÍSCA ANTICAPITALISTA E REVOLUCIONÁRIA!

No Brasil de Bolsonaro, dos militares e do regime do golpe institucional de 2016, lutamos contra os políticos e empresários capitalistas que querem nos fazer pagar por essa crise que eles criaram. A pandemia agravou profundamente os problemas desse sistema apodrecido. Por isso, nossos interesses são irreconciliáveis com esse regime, suas instituições e seus partidos políticos burgueses. Ao contrário dos que querem Lula e o PT, não vamos esperar até 2022, enquanto a população sofre com a Covid, a fome e o desemprego.

Nos inspiramos na juventude do Maio de 68 francês, que lutou lado a lado dos trabalhadores e questionou o poder capitalista, se organizando para superar as burocracias e retomar nossas entidades como ferramentas de luta.

Somos um coletivo de juventude presente em várias universidades pelo país, e defendemos que o movimento estudantil precisa voltar às ruas, se organizando desde a base com assembleias onde os estudantes possam ter voz e voto e serem sujeitos para se fazerem ouvidos e construírem com suas mãos a sua luta, a começar pela construção da mobilização nacional do dia 29 de maio, para que seja de fato massiva.

Acreditamos que os estudantes podem se colocar na linha de frente da luta contra Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas, sempre buscando se aliar à classe trabalhadora, para dar uma resposta independente dos capitalistas à crise econômica, sanitária e política.

Para debater as ideias que seguem nesse texto, convidamos você a participar da nossa plenária online nacional da Faísca e do grupo de mulheres Pão e Rosas rumo ao 29 de maio: Abaixo os cortes na educação | Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas | Que os capitalistas paguem pela crise!

Neste domingo, 23/05 às 16h. Inscreva-se aqui

ABAIXO OS CORTES NA EDUCAÇÃO: FORA BOLSONARO, MOURÃO E OS GOLPISTAS!

Esse é o segundo ano do ensino remoto e as dificuldades são enormes. Os problemas que já enfrentávamos na universidade, como a dificuldade de permanência, o modelo de ensino, a saúde mental e a interferência de empresas privadas e seus interesses, se intensificaram com o ensino remoto. A raiz desses problemas é a lógica de universidades a serviço dos interesses desse sistema capitalista, já que o conhecimento que produzimos, ao invés de ser colocado a serviço dos interesses da população trabalhadora e dos mais necessitados, sempre fica subordinado aos interesses dos grandes empresários.

Um exemplo disso é como os cortes de Bolsonaro nas universidades federais impactam as pesquisas de combate à pandemia, o funcionamento dos hospitais universitários, a assistência estudantil e os trabalhadores terceirizados. Cortes que se somam aos que já aconteciam nos governos anteriores e com a PEC 55 do Teto de Gastos, mais conhecida como PEC do Fim do Mundo, imposta pelo golpista Michel Temer (MDB) que congela os investimentos em educação e saúde por 20 anos.

Queremos a revogação da PEC 55 e nos colocamos em luta contra os cortes e em defesa da autonomia universitária, mas também questionamos a estrutura de poder que hoje faz com que as universidades funcionem com a reitoria nos obrigando ao ensino remoto sem nenhum poder de decidir como deve ser o funcionamento da universidade em meio a pandemia.

Lutamos contra todas as heranças repressivas da ditadura militar que ainda permanecem nos estatutos da universidade ou heranças que se expressam em novas regras, como o Código de Convivência Discente da UFMG, lançado no final do ano passado, que busca limitar os direitos de atuação dos estudantes, evidenciando como a reitoria está disposta a se adaptar a um regime mais conservador e autoritário.

POR UNIVERSIDADES PARA TODES: ACESSO UNIVERSAL AO ENSINO SUPERIOR

O sonho de acessar o ensino superior não é realizado por 86% da juventude brasileira, obrigada a trabalhar precariamente em serviços de entrega por aplicativos ou assolados pelo desemprego e pela falta de oportunidades de estudo. A realização do Enem em meio à pandemia, com mais de 50% de evasão, e com todos os problemas do SISU escancarou essa realidade.

Te convidamos a lutar com a gente pela continuidade e ampliação das cotas raciais de maneira proporcional à população negra e indígena de cada estado, rumo ao acesso direto e universal às universidades com o fim dos vestibulares, para que mais ninguém tenha que adoecer com provas que mantêm de fora negros, indígenas, trans, pessoas neurodivergentes e os filhos dos trabalhadores. Defendemos o direito à autodeclaração racial como parte da luta contra o racismo que atravessa a sociedade brasileira.

Para haver vagas a todos que queiram cursar um ensino superior, é preciso nos enfrentarmos com os grandes monopólios empresariais de educação privada, para que sejam estatizados e geridos pelos professores, trabalhadores e estudantes. Defendendo o direito à permanência estudantil para toda demanda que houver. A educação não deve ser uma mercadoria a serviço do lucro e da profissionalização precária para um mercado de trabalho sem direitos, e sim um projeto que sirva à formação de sujeitos críticos e independentes.

TODO APOIO ÀS GREVES DOS TRABALHADORES DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO DE BH

Apoiamos a greve sanitária das e dos trabalhadores da educação municipal de Belo Horizonte contra o retorno inseguro que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e empresários querem impor. E a greve dos trabalhadores da saúde ligados a universidades federais, que estão na linha de frente do combate à pandemia. Kalil e o governador Romeu Zema (Novo) querem descontar nas costas dos trabalhadores os custos da crise e não podemos permitir. Estaremos lado a lado desses trabalhadores apoiando suas lutas.

Estivemos e seguiremos também em apoio aos metroviários de SP que fizeram uma dura greve contra o governo Doria e a empresa, que mantém os metrôs lotados enquanto impõem diversos ataques a esses trabalhadores que nunca pararam na pandemia.

NOSSAS VIDAS VALEM MAIS QUE O LUCRO DELES!

A pandemia de Covid-19 nos fez perder milhares de vidas levianamente, por responsabilidade do negacionismo de Bolsonaro e do descaso dos governos estaduais e prefeituras. Mesmo aqueles que tentaram se colocar como “oposição” a Bolsonaro, como Dória (PSDB) e Kalil (PSD), não fizeram o mínimo que deveriam para salvar vidas, deixando a população pobre espremida entre o medo do coronavírus, do desemprego e da fome, enquanto empresas tiveram lucros recordes.

A CPI da Covid expõe a degradação de todo o regime político, mas ao mesmo tempo é um mecanismo para os golpistas do Congresso e do judiciário se separarem do enorme desgaste frente à pandemia. Mas foram eles que, com suas políticas neoliberais, nos fizeram chegar a essa situação, com a precarização dos serviços públicos, o orçamento da saúde e da educação congelado pela PEC do fim do mundo de 2016, com os cortes de verbas que vem desde os governos do PT. A vacinação não pode depender da negligência assassina de Bolsonaro, nem dos lucros das empresas.

Por isso, nossa luta inclui a batalha pela imediata quebra das patentes sem nenhuma indenização às empresas, e também pela transferência de tecnologia e para avançar para que os laboratórios sejam estatizados e colocados sob controle dos próprios trabalhadores.

Isso só pode ser conquistado com a classe trabalhadora e a juventude se organizando para romper a paralisia das entidades estudantis e sindicatos de trabalhadores, preparando nossa mobilização desde a base. Essa aliança é o que poderia garantir que não faltassem verbas para que a UFMG continuasse as pesquisas para uma vacina brasileira, sem que tivesse que depender dos interesses políticos e empresariais particulares para continuar a pesquisa, como acontece agora.

Inclusive podemos ir por mais e, através da mobilização independente da juventude e dos trabalhadores, batalhar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que coloque o povo para decidir os rumos do país, podendo revogar todas as reformas contra nossos direitos implementadas com o golpe de 2016, todas as leis reacionárias e as heranças da ditadura militar, mudando não só os jogadores, como fazem as eleições, e sim todas as regras do jogo. Para a partir de uma experiência profunda como essa, avançar na luta para impor um governo de trabalhadores que atenda aos interesses e necessidades da maioria, e não de um punhado de setores e instituições que, brigando entre si, fazem chacota de nossas vidas, nos reservando miséria, enquanto preservam e aumentam seus salários e privilégios e aprovam todos os planos de ajuste que lhes convêm.

Essa seria uma resposta frente à necessidade de derrubada do governo Bolsonaro, sem confiar que esses atores do regime político fariam um impeachment que hoje colocaria o reacionário Mourão, que defende a ditadura militar, entre tantos outros absurdos, no poder, sem que isso significasse diretamente o fortalecimento dos nossos inimigos e o aprofundamento dos ataques à educação, saúde, e todos os aspetos da vida.

Pode te interessar: Por que nem a CPI e nem o impeachment são saídas para o sofrimento da população?

JUSTIÇA POR JACAREZINHO: VIDAS NEGRAS, INDÍGENAS, LGBTs E DAS MULHERES IMPORTAM!

O Estado e o governo Castro e Bolsonaro são responsáveis pelo massacre no Jacarezinho e nossa luta por justiça nas ruas precisa seguir, pois todos os dias a juventude negra e periférica corre risco de vida nas mãos das polícias. Precisamos nos organizar, para lutar pelo fim dos “autos de resistência” e pela punição aos policiais e mandantes, pelo fim dos tribunais militares, dos privilégios dos juízes e para que todo juiz ganhe igual a uma professora e sejam eleitos pelo povo.

Nos inspiramos no Black Lives Matter que se enfrentou com a violência policial civil dos EUA, pelo fim de todas as polícias e suas tropas especiais, que servem para massacrar o povo pobre e as nossas lutas. Pela indenização de todas as famílias despedaçadas pelas operações policiais e violência estatal.

A dor das mães de Jacarezinho representa a incansável luta das mulheres contra o capitalismo que se utiliza do machismo e do racismo para nos explorar mais. As mulheres foram as mais afetadas durante a pandemia, com a violência doméstica e o desemprego. É inspirada na luta dessas mulheres que se ligam à luta feminista imparável pelo mundo, e no levante internacional que unificou negros e brancos contra a violência policial, que seguimos batalhando contra o racismo, o machismo e o capitalismo.

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Por tudo isso, nós da Faísca convidamos você para conhecer e construir uma juventude anticapitalista e revolucionária, para juntar forças e lutar por essas ideias.

Entre em contato pelo número: (31) 9 9949-7167 - Elisa Campos, estudante de Filosofia da UFMG

Conheça o curso “Mulheres Negras e Marxismo”, no Campus virtual do Esquerda Diário




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