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8M | Por que as mulheres negras precisam marchar no 8M contra a guerra na Ucrânia?

Nesse 8M, nós mulheres negras, estudantes, trabalhadoras e jovens, precisamos sair às ruas contra essa guerra reacionária na Ucrânia. Levantando uma saída independente, contra a invasão russa, contra os interesses imperialistas da OTAN e dos países europeus e EUA e contra o rearmamento imperialista.

terça-feira 8 de março de 2022 | Edição do dia

A Rússia com a figura reacionária de Putin e mais os países da União Europeia e EUA representam a disputa entre os grandes interesses imperialistas na arena internacional e quem paga por isso é a classe trabalhadora, principalmente as mulheres ucranianas, o terror da guerra e opressão machista e misógina que sofrem essas mulheres têm a mesma raiz da opressão machista, misógina e racista que as mulheres da classe trabalhadora vivem no Brasil. Por isso partimos de uma luta internacionalista pela unidade e independência de nossa classe na luta contra a opressão e exploração imposta pelos grandes países imperialistas.

O Brasil, país da precarização do trabalho feminino que tem um batalhão de mulheres em postos de trabalho precários, como as trabalhadoras domésticas e terceirizadas, piorou ainda mais as condições de trabalho com a reforma trabalhista. Muitas dessas mães, tias e avós aguentam longas jornadas de trabalho nas casas de seus patrões e ainda são submetidas pelo patriarcado e pelo capitalismo a um outro serviço, dentro de suas próprias casas e não remunerado, cuidando de seus filhos e na manutenção de seu lar, essa dupla jornada que escraviza ainda mais as mulheres.
Muitas delas também perdem seus filhos para a violência policial e racista, vêm os sonhos de seus filhos atravessados pela bala da polícia, e sempre saem de casa para ir trabalhar com a incerteza se vão poder ver os rostos de seus filhos novamente.

Essa realidade racista, não para por aí, porque somos nós que mais sofremos com a violência machista e lgbtfóbica que assassina centenas de mulheres trans no Brasil.
Somos nós mulheres negras as que mais morrem fazendo abortos clandestinos, jovens que perdem suas vidas por conta de não ter direito ao seu próprio corpo. Algumas delas hoje estão tendo que abandonar as universidades, frente à pandemia e a crise que se aprofunda no governo Bolsonaro, elas não conseguem se manter estudando por conta da falta de permanência estudantil que não assiste esse setor que sofre ainda mais com os efeitos da crise.

Frente a isso tudo, vimos o Arthur Do Val, do Mamãe Falei, ,que apoiava Bolsonaro e agora é apoiador de Sergio Moro, numa suposta “missão humanitária” do direitoso MBL, falando palavras nojentas, reacionárias e racistas sobre as mulheres ucranianas que fogem da guerra. O pior disso tudo é que ele não está sozinho, ele anda lado a lado com a direita machista e misógina que quer descontar a crise nas costas das mulheres, que quer nos submeter a opressão machista, como é o caso também de Damares Alves.

Nas guerras, os bandos que defendem os interesses de suas elites pisam no sangue de milhões de trabalhadores e jovens pobres. A política capitalista de rapina e espoliação que roubou a África e os africanos e criou o racismo e a escravização de pessoas por causa da cor da pele, se expressa ainda hoje em invasões reacionárias como a de Putin sobre a Ucrânia que quer impor seus interesses econômico e politico sobre o povo ucraniano e na ofensiva militarista que estamos vendo hoje acontecer na Europa. A mesma burguesia que através da Otan apoiou invasões como do Iraque e Afeganistão, interveio em processos do norte da África causando mais mortes e misérias, hoje se arma para voltar seus fuzis contra a nossa classe e a maioria oprimida.

O brutal assassinato de Moïse foi expressão crua não apenas dos efeitos da reforma trabalhista no nosso país, a qual é urgente a luta por sua revogação integral, mas também da situação em que se encontram milhões de refugiados pelo mundo, que tentam escapar da guerra e da miséria que as políticas imperialistas impões em seus países. Não podemos nos esquecer hoje Lula que irá disputar as eleições com Alckmin de vice mostra claramente que não irá revogar a reforma trabalhista, além disso durante os governos do PT vimos a ocupação do Congo e do Haiti, e o aborto não foi legalizado.

Por isso devemos nos inspirar na mulheres negras, latinas e brancas que foram linha de frente no black lives matter, na Primavera Feminista, na Índia com os pink blocks, na Argentina com a Maré Verde, na Polônia pela legalização do aborto, no Brasil contra o golpe institucional, as operárias de Mianmar contra o golpe militar, nas greves internacionais de 2017, e na histórica Revolução Russa.

Essa é a força que devemos ter para combater o machismo e o racismo, vimos cenas tristes de refugiados da guerra negros sofrendo discriminação racial, um absurdo que repudiamos, há inúmeras denúncias de casos como este que devem acabar imediatamente! Por isso lutamos pela retirada das tropas russas de Putin da Ucrânia, sem nenhuma confiança de que a OTAN e os países imperialistas que compõem esse organismo podem ser a solução para os trabalhadores e trabalhadoras ucranianas. Não podemos confiar também que será o governo burguês de Zelensky que será a solução, apenas uma saída independente dos trabalhares ucranianos que pode dar uma resposta as disputas na região. As entidades sindicais e estudantis, no Brasil e em todo mundo, devem mobilizar um grande movimento em rechaço a essa guerra reacionária, exigindo o fim da invasão russa e contra o intervencionismo imperialista da OTAN no leste europeu e contra o rearmamento imperialista que se utiliza a guerra como desculpa para investir bilhões em seus exércitos.




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