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FRANÇA | "Por culpa do Macron": quando militantes feministas dançam contra a reforma da previdência na França

Com macacão industrial azul, lenço vermelho nos cabelos e luvas amarelas, militantes feministas se reuniram hoje na estação Gare de l’Est para performar contra a reforma da previdência, da qual as mulheres são as maiores perdedoras. Ações espetaculares que se multiplicam desde o começo do movimento.

sexta-feira 24 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Por Inès Rossi

"Por culpa do Macron… é o fim das aposentadorias para Fatou e Marion! Por culpa de Macron… quem mais perderá seremos nós [mulheres], devo dizer em qual tom?" Uma musiquinha que fica grudada na cabeça de muitos manifestantes há algum tempo. E por boas razões: a paródia do programa de tv dos anos 80, assinada pelo Attac, está pouco a pouco emergindo como imprescindível nas manifestações contra a reforma da previdência.

Tradução Twitter: [Por culpa do Macron]
Ação de apoio aos e às ferroviários(as) na Gare de l’Est antes de sairmos em manifestação!

"Você nos considera todas putas, seu sujo plano de aposentadorias nos joga na precarização!" O início da música dá o tom. Conhecido por suas ações espetaculares e lúdicas, o coletivo Attac denuncia hoje a reforma da previdência a partir de um ângulo feminista.

Desde o início de janeiro, esses flash mobs se multiplicam em toda a França. Neste mais recente, na Gare de l’Est em Paris, nesta sexta 24 de janeiro, dezenas de mulheres se reuniram em apoio aos ferroviários e ferroviárias em greve e dançaram e cantaram sua oposição à reforma, antes de se juntarem à manifestação parisiense.

Tradução Twitter: É importante lembrar à nossa querida república quem são as primeiras perdedoras com a reforma da previdência

A mensagem é clara: as mulheres devem lutar contra essa reforma que resultará em uma redução generalizada das aposentadorias, da qual elas serão as primeiras vítimas, devido a seus salários menores e suas carreiras mais fragmentadas, mas também por culpa do plano de redução da aposentadoria de reversão no caso de de morte de seus cônjuges.

A coreografia foi reproduzida em ações semelhantes por toda a França: Toulouse, Chambéry, Metz, por exemplo. E se insere na linha de "ações de choque" que começam a se generalizar nos setores em luta contra a reforma.

Poderíamos relembrar, por exemplo, os advogados de Caen, que retiraram suas togas (vestimenta da profissão na frança) e as jogaram aos pés de Nicolle Belloubet, ministra da Justiça, quando ela tentava fazer uma fala, e que foi replicada em outros tribunais; os trabalhadores de esgoto que também jogaram no chão simbolicamente seus macacões de trabalho; o ainda os professores que, em Clermont-Ferrand, jogaram seus manuais escolares sobre os degraus da reitoria.

Tradução Twitter: Como várias outras categorias, os trabalhadores de esgoto da cidade de Paris expressaram sua indignação e seu repúdio à pilhagem das aposentadorias por Macron jogando suas ferramentas de trabalho, na frente de Bercy

Uma coisa é certa: as mobilizações contra a reforma da previdência está ganhando cada vez setores mais amplos e dá lugar a novas formas de ações. Como prova, este vídeo mostra a união de setores em luta jogando simbolicamente suas ferramentas de trabalho no chão.

Tradução Twitter: Ferroviários, eletricitários, advogados, educadores, Coletes Amarelos, trabalhadores do serviço social, funcionários públicos, operários…. Todas as profissões invadiram a estação de Clermont-Ferrand e jogaram no chão seus uniformes e ferramentas de trabalho!

Tradução: Lina Hamdan




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