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Policias se divertem tirando selfies com traficantes enquanto escolas são fechadas

Em mais uma megaoperação de repressão às favelas, os militares que ocupam o Rio de Janeiro junto com a polícia, mais uma vez dão uma demonstração do desprezo pelo direito dos cariocas e com a segurança nas escolas.

Ronaldo FilhoProfessor da rede estadual do RJ

quinta-feira 7 de dezembro de 2017 | Edição do dia

Com a intenção de prender Rogério 157, traficante conhecido por ser o pivô dos recentes confrontos na favela da Rocinha, as Forças Armadas e policias armaram um grande cerco (ou circo) no dia 06/12 para efetuar a prisão de Rogério, que foi detido em uma casa sem oferecer resistência. Na região ficam as favelas da Mangueira, Tuiuti, Mandela e Parque Arará.

Ele foi encontrado numa casa no Arará, em Benfica, na Zona Norte do Rio, onde, segundo informações do jornal o Globo, ele havia chegado por volta das 3h. Mas segundo relato de pessoas que circulam pela região, há cerca de 2 meses ele andava livremente pelo morro do Arara cercado de seguranças. Mas para prendê-lo, tiveram que causar um grande caos para os moradores e trabalhadores.

Na Praça Padre de Souza (Praça H), em Benfica, ficam duas escolas municipais, a Cardeal Leme e a Alice. Professores e estudantes foram surpreendidos ao chegar de manhã e se depararem com imensos caminhões e dezenas de soldados impedindo a passagem até a escola.

Uma professora nos relatou o acontecido: “Indo pra escola ontem para o segundo dia de recuperação, fiquei sabendo que teria uma operação do exército nas favelas da área. Estava tudo engarrafado e cheguei a pegar um taxi por ter me atrasado no trânsito. Quando cheguei me deparei com dois caminhões imensos na porta da escola, cheio de soldados. Era muito difícil entrar na escola por um espaço mínimo que deixaram de acesso ao portão. Não pediram autorização a escola para estacionar ali, não se importaram com o fluxo de pessoas que estavam chegando e nem disseram nada se seria seguro ou não ter aulas. Por tudo isso as aulas foram canceladas. Mas quem chegou a ir teve que esperar um tempo para poder sair da escola, por conta da operação, que ainda por cima deixou toda a região sem ônibus. E os caminhões ficarão lá até o fim da operação. Ocuparam o espaço e dificultaram o ir e vir das pessoas sem pedir licença e sem a menor cerimônia, como se fossem donos.”

Enquanto estudantes, pais, professores e funcionários ficavam em meio a esse caos, os polícias desfilavam e tiravam selfies com o traficante, que estava bem sorridente para quem estava sendo preso.

Por isso os cariocas devem exigir o fim desta ocupação que até agora trouxe gastos enormes enquanto aposentados e pensionistas do Estado passam fome. Objetivos esses que nada mais são do que seguir a política de “enxugar gelo” na guerra às drogas. As fotos mostram a intimidade entre traficantes e policiais enquanto seguem com uma guerra que na prática é contra os pobres. Usando de muita pirotecnia e nenhuma discussão política sobre o tema, fazendo o povo negro morador das favelas paguem o preço, até mesmo com a própria vida.




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