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RACISMO | Polícia proíbe evento de Consciência Negra e prende organizador na Zona Oeste do Rio

Na noite desse sábado (26) o coletivo “Zona Oeste Ativa” realizou mais uma atividade em celebração ao mês da consciência negra, o evento “Nuvem Preta” tinha como objetivo celebrar e fechar o novembro negro contando com atividades culturais, exposições de arte e enaltação da cultura negra, porém foi irregularmente interrompido pela polícia militar.

domingo 26 de novembro de 2017 | Edição do dia

O evento ocorria numa praça pública no bairro de Bangu de forma tranquila e durante uma breve pausa por problemas técnicos, uma viatura da PM encostou na quadra onde ele ocorria, levando um dos organizadores do evento a se aproximar e questionar de forma pacífica se havia algum problema, quando foi acusado de forma aleatória de porte e uso de drogas no local e, uma vez que após grosseiras revistas e perguntas não foi possível a comprovação de tal acusação, foi indagado sobre o alvará que deveria permitir que o evento ocorresse.

Sendo apresentado o documento que provava que a atividade ocorria de forma regular, este foi confiscado pelo aparato policial local, que se negou a devolvê-lo, e, arbitrariamente, deu voz de prisão e colocou à força na viatura o organizador do evento quando este pediu que o policial devolvesse o documento.

Os agentes se negaram a deixar que a advogada do rapaz, também organizadora, o acompanhasse assim como de dizer o motivo da detenção ou mesmo o departamento de polícia para o qual ele estaria sendo levado. A viatura foi seguida até a 34 DP, onde o rapaz foi mantido sob custódia pela acusação de ter impedido o exercício da função dos policiais, sendo liberado em menos de uma hora após a chegada da advogada que acompanharia o caso justamente pela falta de fundamento da acusação.

Este não foi o primeiro evento desse gênero reprimido injustamente pela polícia local no mesmo espaço e muito menos em nível global, a polícia interrompeu uma atividade de resistência negra na tentativa de criminalizar o espaço e proibir a expressão do povo preto numa atitude visivelmente racista, seguindo o padrão da instituição que mata negros na favela todos os dias, que é institucionalmente racista, a polícia militar.

Todos os dias expressões da cultura e do povo negro são atacados, seja pela polícia, seja pela sociedade racista em geral, mas a negritude resiste, na favela, no asfalto, em todo lugar e vai continuar resistindo contra o racismo, contra o capitalismo que se fortalece nele, contra a burguesia que o mantém vivo para manter viva também a divisão de classe e a exploração, daí a importância da expressão da voz negra, do povo preto em todos os espaços e de um Quilombo Vermelho pronto para lutar contra o racismo e capitalismo.




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