Segundo um relatório sobre a violência de jovens na capital, a cada 10 mortes violentas de crianças e adolescentes, 4 são de autoria da polícia.
quinta-feira 25 de março de 2021 | Edição do dia
IMAGEM: REUTERS
Em mais um levantamento de dados sobre violência, percebe-se o caráter autoritário e racista da polícia neste país. Desta vez, segundo um relatório do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, um órgão da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), entre 2015 e 2020, foram assassinados 581 jovens de até 19 anos pela polícia militar ou civil na cidade de São Paulo. Trata-se de um número superior que o número somado de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, 504, que atingiram essa mesma faixa etária, no mesmo período.
O próprio relatório destaca também um conjunto de dados absurdos que escancaram o caráter racista dessa instituição, pois dentre as das crianças até 14 anos mortas pela polícia, 77% eram negros, e entre os 15 aos 19 anos, 68% dos meninos e 57% das meninas vítimas da polícia eram negros.
Enquanto isso, cinicamente, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) lançou em nota colocando que "o compromisso das forças policiais de São Paulo é com a proteção da vida e a segurança da população", ainda que estes são os principais responsáveis pela destruição da vida desses jovens.
Por isso, é necessário o questionamento até o final sobre a serviço do que e de quem está a polícia, não só na cidade, mas no país e no mundo, no marco de ocorrer inúmeros protestos massivos nos últimos tempos, denunciando justamente o caráter repressivo e racista que a polícia possui.
