A lei busca criminalizar os protestos sociais e prevê a possibilidade de prisão para os organizadores de manifestações.
segunda-feira 13 de julho de 2020 | Edição do dia
A polícia reprimiu e lançou gases lacrimogênios na última quinta-feira contra a manifestação que havia se reunido frente ao Parlamento para protestar contra o projeto de lei que prevê proibir e controlar os protestos nas ruas.
A manifestação, a qual diferentes meios calculam que se somaram mais de 10.000 pessoas, transcorreu tranquilamente até que se encontrou com o cordão policial diante do Parlamento. As forças de segurança lançaram gases para dispersar a mesma.
A polícia anti-distúrbios deteve a centenas de manifestantes nos ônibus policiais.
O protesto foi convocado por setores de oposição, sindicatos e o colégio de advogados de Atenas.
Um dos pilares da reforma contempla poder proibir as manifestações que, segundo definam as autoridades, possam obstruir o tráfego ou limitar a atividade comercial das cidades.
Também prevê sanções e até penas de condenação para os organizadores das manifestações no caso em que ocorra violência, ainda quando a mesma seja realizada por grupos alheios ao protesto.
Diante do Parlamento o primeiro ministro, Kyriakos Mitsotakis, afirmou que o direito "a celebrar reuniões pacíficas deve ser protegido", porém, imediatamente disse que isto deve "ser feito de uma maneira que não interrompa a atividade de uma cidade inteira", usando este argumento para justificar a medida autoritária.
Desde a oposição garantes que o Governo quer voltar aos métodos da ditadura e de aplicar esta reforma por temor aos protestos de rua que poderiam voltar a tomar força no outono (europeu) quando venham à tona os verdadeiros danos econômicos derivados da crise pela pandemia do coronavírus.
Desde o Governo esperam que a reforma seja aprovada, pois a conservadora Nova Democracia conta com a maioria absoluta na Câmara.