×

Poema de Juliana Perez no dia da visibilidade lésbica e bissexual.

terça-feira 30 de agosto de 2016 | Edição do dia

Quando vêem de mãos dadas na rua,
Dizem que nem sexo é,
Esse lance mulher com mulher,
Quem é garfo, e a faca?
SOMOS COLHERES!
Eu e ela, duas mulheres,
Dois amores,
Revolução a flôr da pele.
E por mais que amedronte,
Lidar com reprovações de fronte,
Temos que ocupar,
A cabeça levantar,
Boca da minha companheira beijar,
Na cara da sociedade,
que tem que aprender a aceitar,
Conviver e respeitar,
Sem nós invisibilizar,
Não são só duas amigas,
inconstantes, indecisas,
É cicatriz da mesma ferida,
De quem sempre foi induzida,
A ser princesinha, filha
querida,
Com boa prole e marido
Reprodução patriarcal,
Que desmerece até o bom é velho oral,
Mulher não reclama,
É da cozinha pra cama,
Satisfazer o maridão,
Pra não ter competição,
Homens trouxas, sem noção,
As mulheres não competem por você,
Tão andando na rua dando maior beijão,
As duas juntas sem esquecer,
De se perguntar porque?
Por que não amar outra de mim?
Essa que me toca suave assim,
Que conversa comigo por horas,
Não reclama das demoras,
Me emociona e junto chora,
Ela é minha companheira agora,
Machistão senta e chora,
Seu discurso de ódio bate na nossa tesoura e estoura,
Feito barbante frágil,
como sua masculinidade,
Que reprime as sexualidades,
Mas pra cima da gente não,
Deixa as minas seu machão,
Mais que macias nossas bocas,
Sabem gritar revolução!

Autora: Juliana Perez




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias