terça-feira 3 de novembro de 2015 | 17:17
Impactos na produção podem levar a falta de combustíveis no Rio e Minas pelo menos
De acordo com informações dos sindicatos sobre o impacto na produção das plataformas do Norte Fluminense, Litoral Paulista e Espírito Santos e outras informações levantadas pela equipe do Esquerda Diário em alguns dias pode começar a faltar petróleo para produzir combustíveis nestes dois importantes estados do país.Alguns dias depois da falta de produção de combustíveis o impacto já seria sentido nos postos de gasolina.
A Equipe do Esquerda Diário não conseguiu, ainda, coletar informações precisas sobre outros estados.
A greve já atinge 44 plataformas da Bacia de Campos segundo informações do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, como muitas destas plataformas tiveram parada total da produção o escoamento de petróleo já está comprometido. Segundo este sindicato teria havido uma diminuição de 400mil barris de petróleo por dia (o país todo produz cerca de 2milhões). O Sindicato do Espírito Santo informou à imprensa que haveria movimento grevistas nas importantíssimas P-57 e P-58, que são algumas das maiores plataformas do país em quantidade de óleo produzido. Segundo o mesmo sindicato somente a P-58 teria reduzido sua produção dos normais 120mil barris por dia para 60mil barris.
Segundo informações recebidas pela equipe do Esquerda Diário o importante oleoduto OCAB que liga as plataformas da Bacia de Campos ao terminal de Cabiúnas em Macaé, Rio de Janeiro, estaria operando com uma vazão de 1/8 de sua capacidade. Esta situação levará este terminal a diminuir drasticamente o bombeio de petróleo para o Terminal de Campos Elíseos e a Refinaria Duque de Caxias, ambos em Duque de Caxias.
Impedidos de receber petróleo do Terminal da Baía da Guanabara devido à greve naquele local e manutenção do pier de petróleo restaria unicamente Angra dos Reis para abastecer estas duas unidades. Angra dos Reis também encontra-se em greve e pode ter dificuldade de abastecer ambas unidades devido a queda da produção das plataformas reportadas pelos sindicatos do Norte Fluminense e Espírito Santo que além de escoarem a produção por oleodutos, enviam petróleo por navio a todo país.
A REDUC produz grande parte dos derivados que abastecem o estado do Rio de Janeiro, e o Terminal de Campos Elíseos abastece com petróleo a REGAP em Betim, Minas Gerais, que abastece boa parte do mesmo estado com derivados.
Deste modo, mantendo-se o atual cenário, em alguns dias tanto a REDUC como a REGAP começarão a esgotar seus estoques de petróleo para produzir derivados como diesel, gasolina, GLP, e consequentemente pode haver falta de combustiveis quando as refinarias e as distribuidoras esgotarem seus respectivos estoques de derivados já produzidos.
Impacto também no gás de cozinha e gás natural
Segundo informações dos sindicatos algumas unidades chave de processamento de gás natural (UPGNs) estão paralisadas. Este tipo de unidade processa o gás natural bruto recebido das plataformas segregando-o em gás natural para consumo das termelétricas, residências e veicular, gás de cozinha (GLP) e uma pequena quantidade de um produto similar à gasolina (C5+).
U TGCA em Caraguatatuba, Litoral Paulista, está paralisada desde quinta-feira. A falta de processamento desta unidade está afetando a produção das plataformas de Mexilhão e Merluza do pós-sal e o campo de Lula do pré-sal.
O sindicato do Espírito Santo informou à imprensa que a Unidade Cacimbas em Linhares está sem operação, o que também afetará outras plataformas.
Uma forte greve que retoma 1995
A greve dos petroleiros é a mais forte greve desta categoria desde 1995. Naquele momento, em uma dura luta de 32 dias houve desabastecimento em vários locais do país. Naquele momento como hoje uma das pautas da greve era a luta contra a privatização. Em 1995 contra FHC hoje contra Dilma. Leia outros artigos e a cobertura diária do Esquerda Diário sobre esta importante greve.
